Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Bolsonaro viajava aos EUA com ministro da Justiça quando ligou para Milton Ribeiro e disse ter 'pressentimento' sobre operação da PF

Comitiva brasileira foi aos Estados Unidos para participar da Cúpula das Américas

PUBLICIDADE

Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Rayssa Motta
Foto do author Pepita Ortega
Foto do author Julia Affonso
Por Fausto Macedo , Rayssa Motta , Pepita Ortega e Julia Affonso
Atualização:

Bolsonaro durante Sessão Plenária de Abertura da IX Cúpula das Américas; ministro da Justiça (no canto direito) também foi ao evento.  Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PL) estava em viagem aos Estados Unidos quando, segundo o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, ligou para alertar que ele poderia ser alvo de buscas na investigação sobre o gabinete paralelo de pastores no Ministério da Educação (MEC).

PUBLICIDADE

Bolsonaro viajou a Los Angeles para participar da IX Cúpula das Américas. Ele também teve um encontro com o presidente americano Joe Biden.

O ministro da Justiça, Anderson Torres, estava na comitiva brasileira. A Polícia Federal (PF), responsável pela operação que dias depois chegou a prender Ribeiro, integra a pasta. A PF mantém o ministro informado de suas missões diariamente. A própria agenda oficial de Torres cita a participação no evento.

Em uma conversa telefônica interceptada, o ex-ministro da Educação indicou ter sido alertado pelo presidente sobre o risco de abrirem buscas contra ele. "Ele (Bolsonaro) acha que vão fazer uma busca e apreensão em casa", afirma. A ligação, com a filha, é interrompida tão logo ela informa que está ligando do "celular normal"."Ah é? Ah, então depois a gente se fala", responde Milton Ribeiro. A resposta chamou atenção dos investigadores, que desconfiam que o ex-ministro sabia que estava sendo grampeado e poderia estar usando números de telefone alternativos.

As suspeitas levaram a Procuradoria da República no Distrito Federal a pedir o envio do processo de volta ao Supremo Tribunal Federal (STF), para que seja investigada "possível interferência ilícita" de Bolsonaro.

Publicidade

Quando deixou o governo, o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, também acusou o presidente de tentar interferir politicamente na PF para blindar aliados de investigações. A investigação aberta a partir das acusações do ex-juiz foi concluída em março e a Polícia Federal não viu elementos para denunciar Bolsonaro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.