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Bolsonaro vai ao TSE para tentar proibir campanha de Lula de explorar declaração sobre adolescentes venezuelanas

Equipe jurídica do presidente diz que fala foi tirada de contexto e também pede remoção de publicações nas redes sociais

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Por Rayssa Motta
Atualização:

O presidente da República Jair Bolsonaro. Foto: Dida Sampaio/Estadão

O presidente Jair Bolsonaro (PL) acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) neste domingo, 16, para tentar proibir a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de explorar a entrevista em que ele fala sobre um encontro com adolescentes venezuelanas.

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A equipe jurídica de Bolsonaro diz que a declaração do presidente foi tirada de contexto para "transmitir a falsa e absurda ideia" de que ele seria pedófilo. "A ilação não é só maldosa, mas revela a prática material de crime de calúnia", escrevem os advogados.

O pedido é para barrar referências ao episódio nas propagandas de rádio ou televisão e para apagar publicações da campanha petista nas redes sociais.

Ao lembrar o encontro, que aconteceu em 2020, Bolsonaro disse que "pintou um clima" com as adolescentes venezuelanas e deu a entender que elas estariam se prostituindo.

"Eu parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas, três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas num sábado numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. 'Posso entrar na sua casa?' Entrei. Tinham umas 15, 20 meninas sábado de manhã se arrumando. Todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos se arrumando no sábado para que? Ganhar a vida. Você quer isso para a sua filha que está nos ouvindo agora?", disse o presidente em entrevista ao canal de YouTube Paparazzo Rubro-Negro.

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A campanha petista repercutiu a declaração em inserção na TV. "Você que é mãe, você que é pai, veja só o que Bolsonaro falou sobre meninas de 14 anos", diz o vídeo, que em seguida traz a fala do presidente. "Pintou um clima? Com uma garota de 14 anos? É esse homem que diz defender a família?", emenda a locutora.

Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo nesta madrugada para se defender das acusações. O presidente disse que, quando aconteceu o encontro com as adolescentes, mostrou "toda a sua indignação" com a situação das meninas.

"O PT recorta pedaços como se eu estivesse atrás de programas. Pelo amor de Deus. Fiz uma live para isso, foi demonstrado o que estava acontecendo. Que vergonha é essa? Que falta de respeito é essa? Sempre combati a pedofilia", afirmou.

A campanha gastou ao menos R$ 145 mil até o fim da manhã de hoje para promover anúncios com os dizeres "Bolsonaro NÃO é pedófilo".

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