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Bolsonaro diz que menções a tiros e granadas contra opositores 'não têm sentido literal' e pede ao TSE que arquive representação por 'discurso de ódio'

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Por Pepita Ortega
Atualização:
Flexibilização da posse de armas foi uma das bandeiras de campanha de Bolsonaro. Foto: Helvio Romero/ Estadão

A defesa do presidente Jair Bolsonaro requereu ao Tribunal Superior Eleitoral a rejeição da representação em que partidos de oposição atribuem ao chefe do Executivo suposta propaganda antecipada negativa com discursos de ódio e incitação à violência contra opositores. O mandatário alega que 'não há qualquer conteúdo eleitoral' nas condutas questionadas pela oposição e que não incitou atos violentos.

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O documento protocolado na corte eleitoral nesta quarta-feira, 20, argumenta que as menções de Bolsonaro a armas, com as expressões "tiros", "fuzilar", "uma granadinha só mata todo mundo" 'não podem ser tomadas no seu sentido literal'. Segundo a defesa do presidente, tais termos expressam 'a divergência em relação ao PT'.

Na representação protocolada no TSE, os partidos de oposição pediram que a corte determine ao chefe do Executivo que 'se abstenha de ter qualquer tipo de discurso de ódio ou incitação à violência, em qualquer modo de veiculação contra seus opositores, ainda que de forma velada', sob pena de multa de R$ 1 milhão. Os partidos ainda querem que Bolsonaro seja obrigado a condenar 'de forma clara e inequívoca' todos os atos de discriminação e violência política.

O documento foi protocolado na corte após a morte do guarda municipal petista Marcelo Arruda, assassinado a tiros pelo agente penitenciário bolsonarista Jorge Guaranho no sábado, 9, quando celebrava o aniversário de 50 anos com o tema do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na sexta-feira, 15, o ministro Alexandre de Moraes, vice-presidente do TSE, havia determinado que o presidente se manifestasse sobre os pedidos da oposição.

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Nesta quarta-feira, 20, defesa de Bolsonaro ainda sustentou que o presidente 'não tem controle sobre os atos das pessoas que dizem ser seus apoiadores ou simpatizantes. "É de todo leviano e irresponsável acusar o Presidente da República de ter, com seus discursos, gerado os atos de violência apontados, em especial o homicídio de Marcelo Aloizio de Arruda em Foz do Iguaçu, recentemente ocorrido", argumenta a petição.

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