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Bolsonaro diz que queriam impeachment por conta de exame de covid-19

"Paralelamente a isso tem aí OAB da vida, enchendo o saco do Supremo, pra abrir o processo de impeachment porque eu não apresentei meu exame, essas frescurada toda, que todo mundo tem que tá ligado", afirmou o presidente na reunião

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Por Rafael Moraes Moura , Amanda Pupo (Broadcast), Julia Lindner , Jussara Soares , Pepita Ortega e Paulo Roberto Netto
Atualização:

Reunião ministerial do dia 22 de abril. Foto: Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro disse, na reunião ministerial de 22 de abril, que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) queria abrir processo de impeachment porque ele não havia apresentado, à época, o resultado dos exames que realizou para verificar se havia sido ou não infectado pelo novo coronavírus. O Estadão antecipou o teor da declaração do presidente da República.

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O comentário de Bolsonaro sobre os exames de covid-19 veio à tona quando o presidente comentava os efeitos da pandemia sobre a economia brasileira.

"Vai ser uma porrada muito maior do que você possa imaginar. Não são apenas os informais. Eu acho que já bateu a dez milhões de carteira assinada, foi pro saco. E os governos estaduais não tem como pagar salário ... não tem. Maio, metade dos estados não te .. . não vai ter como pagar salário mais. A desgraça tá aí. Eles vão querer empurrar essa ... essa ... essa trozoba pra cima da gente, esse pessoal aqui do lado vai querer empurrar, e a gente vai reagir porque aqui não é saco sem fundo. Tá? Então essa preocupação vamos ter. Paralelamente a isso tem aí OAB da vida, enchendo o saco do Supremo, pra abrir o processo de impeachment porque eu não apresentei meu ... meu exame de ... de ... de ... de vírus, essas frescurada toda, que todo mundo tem que tá ligado", afirmou o presidente.

Procurada, a OAB ainda não se manifestou.

Divulgação

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A reunião do dia 22 foi a última da qual o então ministro da Justiça Sérgio Moro participou. O encontro faz parte do inquérito do Supremo Tribunal Federal que investiga se Bolsonaro interferiu politicamente na Polícia Federal, como acusou Moro. Por decisão do relator do caso, ministro Celso de Mello, foi levantada a íntegra de quase toda a reunião.

Depois de questionar sucessivas vezes o Palácio do Planalto e o próprio presidente sobre a divulgação do resultado do exame, o Estadão entrou com ação na Justiça na qual aponta "cerceamento à população do acesso à informação de interesse público", que culmina na "censura à plena liberdade de informação jornalística".

A Presidência da República se recusou a fornecer os dados via Lei de Acesso à Informação, argumentando que elas "dizem respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, protegidas com restrição de acesso".

Por determinação do ministro do STF Ricardo Lewandowski, a defesa de Bolsonaro entregou três exames com resultado negativo para a covid-19.

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