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Bolsonaro diz que 'povo brasileiro não quer' Lula como candidato e acusa Fachin de 'ligação com o PT'

Por Daniel Weterman/ BRASÍLIA
Atualização:
O presidente Jair Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Edson Fachin. Fotos: Dida Sampaio/Estadão  

O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta segunda-feira, 8, a decisão do ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato, o que tornou o petista elegível para ser candidato à Presidência em 2022. Bolsonaro atribuiu a decisão à "ligação" do ministro com o PT.

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"Eu acredito que o povo brasileiro não queira sequer ter um candidato como esse em 2022, muito menos pensar numa possível eleição dele", afirmou Bolsonaro em entrevista no Palácio da Alvorada. "Você pode ver, a Bolsa já foi lá pra baixo, o dólar foi lá pra cima. Todos nós sofremos com uma decisão como essa daí, agora a gente espera que a turma do supremo restabeleça aí os julgados."

Bolsonaro pretende se candidatar à reeleição no ano que vem. Pesquisa (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) Ipec divulgada pelo Estadão neste domingo, 7, no entanto, mostra o atual ocupante do Palácio do Planalto com um potencial de votos menor do que o petista.

No levantamento, o novo instituto de pesquisas da estatística Márcia Cavallari (ex-Ibope), 50% dos entrevistados disseram que votariam com certeza ou poderiam votar em Lula se ele se candidatasse novamente à Presidência, e 44% afirmaram que não o escolheriam de jeito nenhum. Bolsonaro aparece com 12 pontos porcentuais a menos no potencial de voto (38%), e 12 a mais na rejeição (56%).

Ao ser questionado sobre o assunto, Bolsonaro afirmou que Fachin  "sempre teve uma forte ligação com o PT". "Qualquer decisão dos 11 ministros é possível você prever o que eles pensam, né? E o que botam no papel. O ministro Fachin, ele sempre teve uma forte ligação com o PT, então não nos estranha uma decisão nesse sentido", disse Bolsonaro. O relator da Lava Jato foi escolhido em 2015 pela Corte, pela então ministra Dilma Rousseff, e já foi responsável por diversas decisões contrárias a petistas na operação.

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"Não pode, em hipótese alguma, um homem só ser o senhor do destino de um julgamento como esse. Então, não sou jurista, mas eu acho que nem é questão de turma, é questão de plenário decidir isso aí", completou Bolsonaro.

O presidente da República afirmou ter recebido a decisão com surpresa. Para ele, as condenações envolvendo o sítio em Atibaia e o triplex do Guarujá - alvos dos processos contra Lula - podem até ser objeto de suposição, mas houve desvios de recursos com obras fora do Brasil. "Todo mundo foi surpreendido com isso daí, afinal de contas, as bandalheiras que esse governo fez estão claras perante toda a sociedade."

Procurado para comentar as declarações de Bolsonaro, Fachin não respondeu até a publicação deste texto.

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