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Bolsonaro coloca ex-secretário de Guedes na AGU

Exoneração de André Mendonça, indicado pelo presidente para vaga no Supremo Tribunal Federal, deve ser publicada na sexta-feira, 6, no Diário Oficial da União

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Por Idiana Tomazelli e Eduardo Rodrigues/Brasília
Atualização:

Atualizada às 15h39*

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O presidente Jair Bolsonaro comunicou desta quinta-feira, 5, a ministros a escolha de Bruno Bianco para comandar a Advocacia-Geral da União (AGU). Ele sucederá André Mendonça, indicado pelo presidente para assumir aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello.

O blog apurou que a exoneração do atual advogado-geral da União será publicada amanhã no Diário Oficial da União. O pedido foi feito por Mendonça para se dedicar à sabatina que enfrentará no Senado.

Bianco esteve hoje pela manhã no Palácio do Planalto, onde se reuniu com Bolsonaro para acertar as mudanças. O encontro não consta na agenda oficial.

Atualmente, ele é secretário-executivo do recém-criado Ministério do Trabalho e Previdência, comandado por Onyx Lorenzoni. A expectativa era que Bianco conduzisse a transição da nova pasta, que foi desmembrada recentemente do Ministério da Economia.

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Bianco se tornou conhecido em fevereiro do ano passado durante entrevista coletiva que apresentava a reforma da Previdência. Na ocasião, ele virou assunto nas redes por conta da voz mais aguda, característica, se deve a um hiato nas pregas vocais, que acaba deixando o ar passar em meio às cordas durante a fala. A pessoas próximas, Bianco demonstrou não ter se importado com o entusiasmo dos internautas, que chegaram a compará-lo ao Mickey, personagem da Disney.

 Foto: Divulgação/AGU

Com a saída de Bianco, segundo apurou o Estadão/Broadcast, o atual secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, pode assumir o posto número 2 do Ministério e dar continuidade à transição.

Bianco tem 39 anos e é procurador federal da AGU. Ele já atuou como assessor na Casa Civil, onde ajudou a formular a reforma da Previdência no governo Michel Temer, e foi secretário especial de Previdência e Trabalho no governo Jair Bolsonaro, vinculado à pasta da Economia chefiada por Paulo Guedes.

O futuro titular da AGU se graduou em Direito em 2005, fez duas especializações e, já focado em Previdência, concluiu o mestrado em 2017.

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Antes mesmo de um comunicado oficial do governo, a Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (Anafe) já divulgou nota saudando a escolha de Bianco. "O posicionamento se deve não apenas ao fato de que a nomeação irá recair, mais uma vez, sobre um advogado público federal, mas, sobretudo, porque irá se tratar da primeira indicação de um membro da carreira de procurador federal, a mais numerosa das quatro carreiras de advogados públicos da Advocacia-Geral da União", destacou a entidade.

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A associação realizou recentemente uma enquete entre seus filiados para a elaboração de lista de nomes para a sucessão de Mendonça na AGU, e Bianco esteve entre os mais votados da carreira de procurador federal. No entanto, os quatro nomes indicados ao Planalto pela Anafe foram os do advogado da União Ricardo Wey Rodrigues, do procurador da Fazenda Nacional Aldemario Araujo Castro, do procurador do Banco Central e presidente da associação, Lademir Gomes da Rocha, e do procurador federal Marcelo de Siqueira Freitas.

Para a entidade, um dos maiores desafios que Bianco terá à frente da AGU será promover a integração de todos os advogados públicos federais na estrutura organizacional do órgão, atualizando a Lei Orgânica da AGU, promulgada em 1993. "No contexto atual, marcado por reformas regressivas, esse desafio consiste em realizar o projeto constitucional que erigiu a advocacia pública em função essencial à justiça e, portanto, atividade típica de Estado, com vistas à adequada e eficaz proteção do interesse público", acrescentou a Anafe.

COLABOROU RAYSSA MOTTA

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