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Bené é alvo de nova fase da Acrônimo por ter omitido fatos em delação

Empresário que delatou governador de Minas Gerais é alvo de condução coercitiva por ter omitido fatos em sua colaboração premiada

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Foto do author Fausto Macedo
Por Fabio Serapião , Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:
 Foto: Estadão

A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta-feira, 27, mandado de condução coercitiva contra o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené. Pivô da operação Acrônimo, o empresário teria omitido informações em sua delação premiada, assinada com o Ministério Público Federal, e por isso volta a ser alvo dos investigadores. Bené estava em prisão domiciliar após expor fatos sobre a participação do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), em um esquema de desvio de dinheiro público e financiamento ilegal de campanha.

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Os investigadores conseguiram encontrar as omissões de Bené após os cruzamentos de informações colhidas em outras duas delações: a de Danielle Fonteles, da agência Pepper Comunicação Interativa, e a de Vanessa Daniella Pimenta Ribeiro, ex-funcionária de Bené. São essas duas delações que deram origem a fase de hoje.

Além de Bené, o ex-assessor dos Ministérios das Cidades e da Saúde, Marcier Trombiere é alvo de condução coercitiva e busca e apreensão. Os dois, Bené e Trombiere, estavam no avião apreendido pela PF, em outubro de 2014, e que deu origem à Acrônimo. Na aeronave, além dos passageiros, os policiais federais encontraram R$ 116 mil. A Gráfica Brasil Editora e Marketing, de Bené, e a Colorprint também são alvo de busca e apreensão.

No total, estão sendo cumpridos 20 mandados judiciais, sendo 10 buscas e 10 conduções coercitivas. Os mandados foram autorizados pelo juiz Ricardo Augusto Soares Leite da 10.ª Vara Federal de Brasília.

Segundo a PF, a operação está focada em dois inquéritos policiais que apuram eventos distintos da investigação. Um deles refere-se à cooptação e pagamento de vantagens indevidas para que empresa de publicidade elaborasse campanhas educativas do Ministério da Saúde, Ministério das Cidades e Ministério do Turismo nos anos de 2011 e 2012.

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Ainda segundo a PF, o outro evento investigado nesta fase é fraude em licitação da Universidade Federal de Juiz de Fora, vencida pela gráfica de um dos investigados. Posteriormente, o Ministério da Saúde utilizou a mesma ata fraudada.

As ações de hoje são um desdobramento da investigação que tramita no Superior Tribunal de Justiça. O magistrado relator do caso determinou o encaminhamento de parte da apuração à Justiça Federal de primeira instância, por não envolver investigados com prerrogativa de foro naquela Corte.

 

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