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'Bem, eu avisei', diz Joaquim Barbosa após saída de Jucá

Ex-presidente do Supremo, crítico da forma como foi conduzido o impeachment, lança provocação em seu Twitter

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Foto do author Fausto Macedo
Por Mateus Coutinho e Fausto Macedo
Atualização:

Joaquim Barbosa (esq) e Romero Jucá (dir). Foto: Estadão

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa usou sua conta oficial no Twitter para repercutir o escândalo que levou à saída de Romero Jucá (PMDB) do Ministério do Planejamento. "Bem, eu avisei", disse o ex-ministro, que já se manifestou várias vezes contra a forma como foi conduzida o processo de impeachment e chegou a afirmar que Michel Temer não teria legitimidade para governar o País.

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A manifestação foi feita ontem a noite após Jucá anunciar sua saída do Ministério do Planejamento. O peemedebista, que é investigado na Lava Jato, foi flagrado em uma conversa com outro investigado, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, discutindo sobre "estancar" a operação com a chegada de Temer ao poder antes mesmo de o impeachment ser votado. Com o escândalo, o peemedebista foi o primeiro ministro do governo interino a cair, apenas 12 dias após Dilma ser afastada e Temer assumir interinamente o cargo.

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Barbosa, que ficou famoso devido ao seu rigor no julgamento do mensalão, emblemático caso que levou à prisão membros da cúpula do PT no governo Lula e desmascarou um esquema de corrupção que, anos mais tarde, desembocaria na operação Lava Jato, costuma se manifestar sobre a situação política atual e fazer duras críticas aos partidos e políticos diante da crise que se arrasta no País.

O ex-ministro do STF, que hoje atua como advogado, chegou a discursar em uma palestra em São Paulo um dia após o processo do impeachment ser aprovado pelo Senado. "É muito grave tirar a presidente do cargo e colocar em seu lugar alguém que é seu adversário oculto ou ostensivo, alguém que perdeu uma eleição presidencial ou alguém que sequer um dia teria o sonho de disputar uma eleição para presidente. Anotem: o Brasil terá de conviver por mais dois anos com essa anomalia", disse na ocasião.

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Defensor de novas eleições, Barbosa considera que as acusações contra Dilma por causa das pedaladas não tem embasamento jurídico fortes o suficiente para determinar o afastamento da presidente ."E vai aqui mais uma provocação: quem, na perspectiva de vocês, vai querer investir em um país em que se derruba presidente com tanta ligeireza, com tanta facilidade e com tanta afoiteza. Eu deixo essa reflexão a todos", seguiu ele na palestra feita há duas semanas.

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