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'Be water, my friend'

Por Cassio Grinberg
Atualização:
Cassio Grinberg. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Em "The Lost Interview", vídeo da única entrevista supostamente concedida por Bruce Lee em inglês, dada como desaparecida entre 1971 e 1994, e que atingiu milhões de visualizações no YouTube -- o lutador ensina o que pode ser entendido como um movimento fundamental para qualquer empresa neste momento de coronavírus: "seja água, meu amigo".

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Reproduzindo, na entrevista, um discurso de seu personagem Li Tsung -- um traficante de antiguidades que dá aula de artes marciais a um competidor cego que enfrentaria um adversário bem mais potente do que ele -- Bruce Lee ensina não apenas ao personagem, mas a todos nós. Vivemos um dos períodos de mais necessidade de adaptação que já vimos até então, e para isso devemos desaprender. Esvaziar nossa mente. Não termos formatos e nem contornos definidos. Como a água: se você colocar água em um copo, diz Bruce Lee, ela se torna o copo. Se colocar água em uma garrafa, ela se torna a garrafa. Se colocar água em uma chaleira, ela se torna a chaleira.

O coronavírus é um mar de extrema adversidade, cujas águas agressivas podem facilmente nos afogar. Mais do que buscar, portanto, uma "reinvenção a qualquer custo em direção ao que nem sabemos como será", precisamos primeiro sobreviver: aceitar, entender, e então nos adaptarmos. Nesse sentido, o discurso de Bruce Lee também é um ensinamento sobre derrotas inevitáveis. E precisamos também aceitar que todos teremos perdas antes de voltarmos a ganhar.

Teremos, também, que sabermos nos mover como se move a água. Que pode fluir e também destruir: este é momento de definirmos quando é mais interessante fluir com a água, navegando a corrente e surfando as ondas de uma transformação que impacta a todos sem nos preocuparmos, por exemplo, com o desaparecimento repentino de nosso negócio; e de sabermos quando será o momento de jogarmos com mais agressividade, buscando aí então uma transformação mais disruptiva e a reconstrução em direção não apenas ao novo, mas ao possível.

*Cassio Grinberg, sócio da Grinberg Consulting e autor do livro Desaprenda - como se abrir para o novo pode nos levar mais longe

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