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Barroso presidente do TSE; leia sua mensagem ao País

Após Bolsonaro defender armamento em massa, Barroso sugeriu em discurso de posse que povo se arma 'com educação' e criticou o que chamou de 'milícias digitais' que espalham ódio e radicalização nas redes sociais

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Por Paulo Roberto Netto
Atualização:

O ministro Luis Roberto Barroso afirmou em discurso de posse nessa segunda-feira, 25, ao assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a necessidade de 'armar o povo com educação, cultura e ciência'. A declaração rebate fala do presidente Jair Bolsonaro, que durante reunião ministerial divulgada na sexta, 22, afirmou que gostaria de 'armar a população' para enfrentar medidas determinadas por governadores e prefeitos no combate à pandemia do novo coronavírus.

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"A falta de educação produz vidas menos iluminadas, trabalhadores menos produtivos e um número limitado de pessoas capazes de pensar criativamente um país melhor e maior. A educação, mais que tudo, não pode ser capturada pela mediocridade, pela grosseria e por visões pré-iluministas do mundo. Precisamos armar o povo com educação, cultura e ciência", disse o ministro.

Leia a íntegra do discurso do ministro:

O ministro Luis Roberto Barroso também destacou a existência de 'milícias digitais' que disseminam 'ódio e radicalização', poluindo o debate público.

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"Na medida em que as redes sociais adquiriram protagonismo no processo eleitoral, passaram a sofrer a atuação pervertida de milícias digitais que disseminam o ódio e a radicalização", afirmou Barroso. "São terroristas virtuais que utilizam como tática a violência moral, em lugar de participarem do debate de ideias de maneira limpa e construtiva".

O ministro Luis Roberto Barroso assume a presidência do TSE. Foto: TSE / Divulgação

Barroso pontuou que o combate à peças de desinformação precisam ser adotadas em conjunto com plataformas digitais, como Google, Facebook, Instagram, Twitter e WhatsApp, e com apoio da imprensa e de agências de verificação de fatos. "É necessário o esforço comum de todas elas para impedirem o uso abusivo que importa em degradação da democracia", disse.

O ministro também destacou a necessidade de maior participação feminina na política, destacando que, no período de pandemia, os dois países que melhor se saíram no combate ao novo coronavírus são liderados por mulheres: Nova Zelândia (Jacinda Arden) e Alemanha (Angela Merkel).

"Atrair mulheres idealistas e competentes para a política é uma importante demanda do País. Mulheres são metade da população. E negras, pardas ou de origem indígena são metade das mulheres. Precisamos aumentar a diversidade na vida pública brasileira. Somos um país multiétnico, multirracial, multicultural", afirmou.

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