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Barroso descarta ilegalidade e nega pedido de Daniel Silveira para derrubar ordem de Alexandre que mandou deputado bolsonarista de volta à prisão

Deputado bolsonarista voltou ao regime fechado em junho, após violar tornozeleira eletrônica

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Por Rayssa Motta
Atualização:

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou revogar a prisão preventiva do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), decretada após violações na tornozeleira eletrônica. A decisão foi publicada nesta sexta-feira, 10.

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Leia as decisões

A defesa entrou com dois habeas corpus para que ele fosse colocado em liberdade sob argumento de que a ordem individual do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a volta do deputado à cadeia, foi irregular por ter desconsiderado pedidos anteriores para revogar a prisão.

Ao analisar os recursos, Barroso disse que um ministro do STF não pode revisar a decisão de colegas do tribunal em habeas corpus. Ele também afirmou que, a partir de uma análise do processo, não há indício de ilegalidade ou abuso de poder que justifique a concessão da ordem de ofício. "De modo que o processo deve ser extinto sem resolução do mérito", escreveu.

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O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) deixa o Batalhão Especial Prisional (BEP) de Niterói. Foto: Wilton Júnior / Estadão

Em outro trecho da decisão, Barroso lembrou que o próprio Alexandre de Moraes, relator do caso, reexaminou os fundamentos da prisão no final do mês passado, quando decidiu manter a medida. Ele considerou dois pontos principais: o histórico de violações ao sistema de monitoramento por tornozeleira eletrônica durante a detenção domiciliar e o risco de fuga em razão dos pedidos de asilo diplomático feitos pelo parlamentar.

Daniel Silveira foi preso em fevereiro, quando publicou um vídeo nas redes sociais defendendo a destituição dos ministros do STF. Ele chegou a ser colocado em prisão domiciliar no mês seguinte, mas voltou ao regime fechado em junho, depois que a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio registrou 36 violações à tornozeleira, incluindo descargas, rompimento da cinta e ausência na área delimitada.

O deputado virou réu por grave ameaça, crime tipificado no Código Penal, e por incitar a animosidade entre o tribunal e as Forças Armadas, delito previsto na Lei de Segurança Nacional, após os ministros do Supremo aceitarem a denúncia oferecida pela PGR no inquérito dos atos antidemocráticos por causa do vídeo. As violações na prisão domiciliar também ensejaram a abertura de uma investigação, prorrogada ontem por Moraes por mais 60 dias.

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