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Baghdadi e o sucessor

Para Trump e Cia, o sanguinário terrorista al-Baghdadi agiu como um covarde. Fugiu desesperado e chorando.

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Por Walter Fanganiello Maierovitch
Atualização:

Será ??

Walter Fanganiello: 'O vencedor tenta escrever a história. Interessa-lhe disseminar a imagem de covarde por parte do adversário e para destruir um mito'. Foto: al-Furqan media via AP

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Um covarde, por evidente, não teria coragem de usar um colete de bombas e acionar o explosivo.

Al-Baghdadi fez isso, quando encurralado, no final de um túnel sem saída.

Foi para os ares e tentou não deixar restos do seu corpo para DNA. Não deixar restos, e isto para que houvesse dúvida com relação à sua captura e morte: numa outra ocasião os americanos anunciaram a sua morte e ele apareceu passado um bom lapso de tempo.

Pelo que se sabe dos manuais da psicologia e da psiquiatria forense, um criminoso covarde -- em situação igual à experimentada por al-Baghdadi -,  se entregaria vivo.

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Lógico, o vencedor tenta escrever a história. Interessa-lhe disseminar a imagem de covarde por parte do adversário e para destruir um mito.

Bin Laden, morto em 2011, sempre sonhou com um califado, mas nunca teve o controle e o governo de uma vasta área territorial, ao contrário de al-Baghdadi: dominou Mossul e Raqqa.

Wálter Fanganiello Maierovitch, jurista e professor de Direito Penal. Foto: Divulgação

Diferentemente de Bin Laden, o líder do Estado Islâmico (Isis), al-Baghdadi, se autoproclamou califa, ou seja, sucessor de Maomé, fundador do islamismo no século VII. Bin Laden sempre quis, mas achava que deveria ser reconhecido como tal e não se auto-declarar o califa.

O Estado Islâmico (Isis era o nome antes de al-Baghdadi se proclamar califa, em 2014, na Mesquita al Nuri de Mossul) nasceu de um braço da Al Qaeda.

Era o braço dirigido pelo combatente Abu Musab al-Zarqawi, desintegrado por um drone arremessado pelas forças norte-americanas na casa (barracão) onde se encontrava foragido

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Pelo que corre entre 007 de inteligência, o iraquiano QARDASH poderá ser o novo chefe do Estado Islâmico, ou melhor, do que restou dele, depois  de derrotado em armas pelos bravos curdos, então apoiados pelos EUA.

*Walter Fanganiello Maierovitch, jurista e professor de Direito Penal

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