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Ato pró-Moro em Belém do Pará faz caminhada de duas horas pelo centro da cidade

A caminhada foi animada pelo trio elétrico do 'Tonhão', o mais famoso da cidade, e teria custado R$ 4 mil

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Por Redação
Atualização:

 Foto: Rita Soares/Estadão

Em Belém do Pará, os manifestantes Pró-Moro fizeram uma caminhada de duas horas pelas ruas da área central da cidade. O protesto, que começou com a reza de "Pai Nosso", foi encerrado com o hino nacional na avenida Doca de Souza Franco, no bairro do Humarizal, de classe média alta. "Aqui estão as pessoas que geram empregos, impostos", saudou a animadora do trio elétrico, a jornalista Márcia Sirkis ao chegar à avenida. Do alto dos prédios, moradores exibiam bandeiras do Brasil e aplaudiam.

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Os protestos deste domingo, 30, foram comandados pelos grupos Vem pra Rua, Família Bolsonaro, Endireita Pará e Direita Jovem Pará.  Os organizadores esperavam 6 mil manifestantes, mas não houve divulgação oficial do número de participantes. Em observação do alto do trio elétrico, contudo, é possível dizer que o número de pessoas foi próximo ao protesto do dia 26 de maio.

O custo estimado do evento, segundo os próprios organizadores, foi de R$ 100 mil. A caminhada foi animada pelo trio elétrico do "Tonhão", o mais famoso da cidade, e teria custado R$ 4 mil. Houve gastos também com bandeiras, camisetas, máscaras do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Mouro, e do presidente da República, Jair Bolsonaro. No fim da caminhada, a animadora pediu aos manifestantes que não quisessem levar as bandeiras para casa, que as devolvessem para uso em um próximo evento. "Aqui não tem dinheiro de político. É suado".

Presidente do movimento Direita Jovem Pará, Fabrício Moreira, de 23 anos, contou que o dinheiro para os protestos é arrecadado entre os integrantes dos movimentos em campanhas feitas por meio das redes sociais, especialmente via Facebook  e Whatsapp.

Diferentemente do dia 26 de maio, onde a pauta era dispersa, o protesto deste domingo em Belém centrou esforços em três temas: defesa à Reforma da Previdência, apoio à Lava Jato e uma espécie de desagravo ao ministro Sérgio Moro que vem sofrendo desgastes após o vazamento de mensagens onde ele supostamente orienta os procuradores da Lava Jato sobre como proceder na acusação ao ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.

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"By, by Brasil. Vá embora que aqui não é seu lugar", disse a animadora do trio, referindo-se ao jornalista Glenn Greenwald, responsável pelo site The Intercept, onde as mensagens entre o ex-juiz Sérgio Moro e procuradores da força tarefa da Lava Jato têm sido publicadas.

Outra diferença é que neste domingo os organizadores evitaram manifestações a favor de intervenção militar ou pelo fechamento do Congresso. O clima em relação à imprensa também era outro. Jornalistas chegaram a ser saudados pela animadora do trio, mas o clima de desconfiança permaneceu.

"Todos os jornais são de esquerda e não informam a verdade do governo Bolsonaro", disse Milton Lopes, de 51 anos, que se apresentou como publicitário. Segundo ele, são confiáveis apenas as redes mantidas por grupos como MBL e Endireita Pará. Milton contou que faz parte de 15 grupos de Whatsapp onde recebe notícias sobre o governo e garantiu que "nos grupos de direita não há fake news".

Indagado sobre os áudios que supostamente indicam relação pouco convencional entre Moro e os procuradores Moreira, garantiu que os vazamentos dão ainda mais credibilidade às operação. "Nada interfere no trabalho (da Lava Jato). A operação tem respaldo e mais credibilidade", disse o jovem de 23 anos.

O  advogado Felype Clarke usou o microfone para disparar contra a OAB que, segundo ele, é um "conluio da esquerda". "A OAB defende pautas alienígenas. Não nos representa."

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As manifestações previstas para este domingo em todo o País são organizadas pelos Movimentos Vem pra RuaBrasil Livre e Nas Ruas. Organizadores preveem concentrações em 203 cidades do Brasil. Em São Paulo, a manifestação está marcada para as 14h e deve ocorrer na Avenida Paulista.

 

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