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Atendimento online: tratamentos psicológicos e cuidados com a saúde mental

Por Cláudia Memória
Atualização:
Cláudia Memória. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Quais foram os principais aprendizados do último ano em relação a saúde e bem-estar para você? Se pararmos para pensar, foram muitos os desafios para nos proteger de um vírus mortal que mudou completamente a nossa rotina e nos obrigou a experimentar uma vivência sem precedentes: o isolamento social.

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Antes da pandemia, talvez muitos de nós não tivéssemos a real noção da importância do convívio social para nossa saúde, com isso com a perda da nossa liberdade, longe da família, dos amigos e de pessoas que nos davam afeto e acolhiam nos momentos difíceis.

Todo mundo sentiu de alguma forma os efeitos da pandemia, que trouxe medo e incertezas, nos tornando mais vulneráveis. Já no início do isolamento no Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) destacava a preocupação com a saúde mental das pessoas, alertando para o aumento de sintomas como depressão e ansiedade. Descobrimos que a solidão adoece.

E para reagir à situação, fomos buscar formas de minimizar os sintomas físicos e psicológicos com os quais passamos a conviver diariamente e nesse cenário, muitos recorreram aos atendimentos psicológicos online.

O crescimento da demanda por esses profissionais que oferecem uma escuta especializada, sigilosa e sem julgamentos, além de estratégias de enfrentamento às diversas situações, fez o Conselho Federal de Psicologia (CFP) registrar, nos dois primeiros meses de pandemia, mais de 50 mil novos pedidos de cadastros de psicólogos para realizarem seu trabalho de forma virtual.

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Atendimento online

Desde 2018, o atendimento psicológico online é regulamentado pelo CFP, que reforçou em março de 2020, por meio de uma nova resolução, o cumprimento do Código de Ética Profissional e o cadastro prévio no e-Psi como prerrogativas para o atendimento online.

Em tempos de pandemia, com a impossibilidade das consultas presenciais, o atendimento online ficou em evidência e se tornou uma opção segura e acessível para pacientes e psicólogos, por permitir a manutenção dos tratamentos de qualquer lugar, com uso de plataformas de videoconferência, e menores custos. Aos profissionais, a modalidade também possibilitou a ampliação do mercado de trabalho.

Mas o atendimento psicológico online é eficiente?

Um dos principais pontos de discussão em torno do atendimento online diz respeito a sua eficácia. Porém, estudos científicos em diversos países mostram que a modalidade pode ser até mais eficiente do que o atendimento presencial, como o estudo realizado na Áustria, entre 24 de março e 1º de abril de 2020, que analisou dados de 1162 psicoterapeutas que atuaram antes e durante a pandemia e concluiu que as experiências remotas tiveram resultados melhores.

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No Brasil, o psiquiatra Wagner Gattaz, diretor do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, desenvolveu um estudo com pacientes com depressão em 2014, a fim de analisar a eficiência do atendimento online. Dos 107 pacientes, 52 foram tratados de forma remota e 55 pelo método tradicional. Em relação à evolução clínica, os dois modelos se mostraram similares.

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Contudo, o psiquiatra identificou uma maior adesão dos pacientes que estavam realizando o tratamento online. E a principal razão para isso estava no acesso ao tratamento, especialmente em regiões em que os serviços de saúde mental são mais restritos.

Em um cenário como o que vivemos, a saúde mental deve ser prioridade e a terapia, seja online ou presencial, deve ser vista como uma aliada do bem-estar. Independente do modelo de atendimento escolhido, o trabalho dos psicólogos seguirá tendo o mesmo objetivo que é ajudar as pessoas a terem uma vida melhor.

*Cláudia Memória é neuropsicóloga na Nilo Saúde

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