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'Até quando Eduardo Cunha continuará na presidência da Câmara?', questiona presidente da OAB

Claudio Lamachia avalia que votação no Supremo Tribunal Federal reforça necessidade de imediato afastamento do peemedebista, alvo da Operação Lava Jato

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Por Julia Affonso
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O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é acusado por corrupção e lavagem de dinheiro, pela Procuradoria-Geral da República. Foto: André Dusek/Estadão

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, defendeu nesta quarta-feira, 2, o imediato afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara, após votação do Supremo Tribunal Federal (STF). A maioria dos 11 ministros da corte votou pelo recebimento da denúncia do Ministério Público Federal contra Eduardo Cunha por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato.

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"Até quando o deputado Eduardo Cunha continuará na Presidência da Câmara? A votação de hoje no STF, que indica que a maioria do tribunal vota a favor de acolher a denúncia do Ministério Público contra o deputado Eduardo Cunha e torná-lo integrante da lista de réus em ações decorrentes da Operação Lava Jato, reforça a necessidade de o deputado se afastar imediatamente da Presidência da Câmara. O afastamento é necessário para que o deputado não tenha meios de atrapalhar as investigações, no âmbito da Justiça e também dentro do Legislativo, e para que a autoridade da Câmara não continue a ser prejudicada", afirmou Lamachia.

Claudio Lamachia, presidente nacional da OAB. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O julgamento continuará nesta quinta-feira, 3. Se nenhum dos seis ministros que votaram a favor do recebimento da denúncia mudar o voto, Cunha se tornará réu na Operação Laca Jato.

O ministro Teori Zavascki apontou "indícios robustos" para o recebimento parcial da denúncia da Procuradoria-Geral da República. Para Teori, o deputado usou o cargo para fazer pressão e receber propina do esquema que atuava na Petrobrás. O entendimento foi apoiado pelos ministros Cármen Lúcia, Marco Aurélio Mello, Edson Fachin, Luis Roberto Barroso e Rosa Weber.

Cunha é acusado formalmente de receber propina de US$ 5 milhões. Os valores seriam referentes a contratos de aluguel de navios-sonda da Petrobrás firmados pela Diretoria Internacional da estatal, considerada cota do PMDB no esquema de corrupção.

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Em seu voto, Teori afirmou que há "elementos básicos" para o recebimento da denúncia, porque há indícios de que a então deputada federal Solange Almeida (PMDB-RJ) - hoje prefeita de uma cidade fluminense - teria atuado na Câmara para defender os interesses de Eduardo Cunha.

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