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Assistentes pessoais: uso inovador também na aprendizagem

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Por Luiz Alexandre Castanha
Atualização:
Luiz Alexandre Castanha. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

"Alexa, quanto é 6x5? Alexa, quanto é 6x6? Alexa, quanto é 6x7"? A cena poderia ser de algum dos filhos de George Jetson fazendo sua lição de casa. Mas ela é realidade e protagonizada por crianças com menos de 10 anos no YouTube. E você se achava super esperto quando usava a calculadora para 'ajudar'... O que dizer então da geração alfa?

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Eles são apenas um reflexo do que veem nos mais velhos, que usam as assistentes virtuais de voz para praticamente tudo. Despertar às 6h da manhã, saber qual o peso de açúcar tem em uma xícara de chá, contar sobre filmes, ler livros, tocar músicas, saber a previsão do tempo ou a cotação do dólar.

Alexa da Amazon, Siri da Apple, Google Assistente do Google, Cortana da Microsoft ou Bixby da Samsung. Não importa o nome e sobrenome, elas chegaram para revolucionar, tanto que muitos futurologistas já definem a próxima revolução como Era da Voz.

Dados do Google indicam que, no Brasil, entre 5% a 10% das consultas realizadas em seus motores de busca são feitas por voz. E a tendência é só aumentar. Esses exemplos são de assistentes de voz 'generalistas' que também podem ser usados na educação. E se crianças descobriram uma maneira simples de utilizá-las, imagine o potencial transformador ao ser explorado com seriedade.

Seria uma aliada de peso, tornando o ensino e aprendizagem ainda mais dinâmicos e próximos, principalmente dos mais jovens. Possibilitaria um canal de comunicação personalizado para cada estudante, desenvolvendo novas metodologias de ensino.

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O próximo passo seria então o desenvolvimento de uma ferramenta específica para este fim, certo? Pois bem, elas já existem! É a Jill Watson, a primeira professora 100% virtual. Criada pelo Instituto de Tecnologia da Geórgia foi desenvolvida para solucionar as dúvidas dos alunos em diversas disciplinas.

No início da sua utilização nem os alunos sabiam que ela não era de carne e osso. E os resultados foram mais do que surpreendentes: 97% de acertos, um número muito elevado em comparação a um educador humano.

Um ponto positivo tanto da Jill, como de qualquer outro assistente de voz, é que ela é dotada de machine learning. Inicialmente treinada para responder diversas questões, quanto mais ela é utilizada mais inteligente fica - adquire novas capacidades e se adapta ao estilo e necessidades de cada aluno.

A própria Alexa também é utilizada em um projeto parecido ao do Instituto de Tecnologia da Geórgia. A Universidade de Lancaster, no Reino Unido, a usa para facilitar a adaptação dos estudantes em sua vida acadêmica e universitária.

Foi lançada a Ask LU, uma habilidade da Alexa que permite que os alunos reservem lugares na biblioteca para estudar, recebam as últimas notícias do campus, verifiquem suas notas e muito mais - tudo utilizando apenas a voz.

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E se você acredita que o uso das assistentes pessoais está restrito apenas ao ambiente escolar, se engana. Elas também podem ser largamente utilizadas no setor corporativo.

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Um estudo do Gartner prevê que, até 2021, 25% dos profissionais usarão diariamente assistentes virtuais empresariais para colaboradores (VEA - Virtual Employee Assistant, em inglês). Em 2019, esse número foi menor do que 2%.

O MIKA, assistente pessoal da Nokia, é dedicado a auxiliar técnicos e engenheiros a encontrarem respostas quando realizam tarefas complexas.  Quando problemas são diagnosticados, sua ação é passar 'dicas' de como resolvê-los.

Já a Alexa ganhou uma versão "for Business" que poderá ser usada para ajudar funcionários a delegar tarefas desde o agendamento de reuniões até operações de logística. O uso ainda é generalista, mas com certeza será expandido para a capacitação de colaboradores.

Sem dúvidas é um mundo excitante e, ao mesmo tempo, estarrecedor. Vou pedir para a Alexa me contar quais serão os próximos capítulos. Será que ela saberá a resposta?

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*Luiz Alexandre Castanha, especialista em Gestão de Conhecimento e Tecnologias Educacionais

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