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Assista ao delator que confessou lavagem para operador do MDB no Inquérito dos Portos

Advogado Flávio Calazans afirmou à Procuradoria da República, em depoimento gravado em áudio e vídeo, que firmava contratos simulados com empresas do setor portuário e repassava valores para o contador Milton Lyra, ligado ao partido; relato faz parte dos autos em que a Polícia Federal indiciou presidente Michel Temer por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa

Por Fabio Serapião/BRASÍLIA e Luiz Vassallo/SÃO PAULO
Atualização:

O advogado Flávio Calazans admitiu, em delação premiada, ter acertado com intermediários de Milton Lyra, apontado como o operador do MDB, supostos contratos fictícios com empresas do setor portuário para lavagem de dinheiro.

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A delação de Calazans foi firmada no âmbito do inquérito dos Portos, cujo relatório final da Polícia Federal indiciou o presidente Michel Temer, sua filha Maristela e outros 9 investigados. O presidente foi enquadrado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O inquérito aponta supostas propinas de R$ 5,9 milhões ao emedebista em troca de benefícios a empresas na edição do Decreto dos Portos, em maio de 2017. Lyra não está entre os onze indiciados.

Em depoimento à Procuradoria, Calazans afirma que Vitor Colavitch e Rodrigo Brito, supostos intermediários de Lyra, o procuraram. "Foi feito um contrato com essas empresas alguns contratos aditados, e esse dinheiro ia para o Rodrigo e para o Victor. Essas operações com essas empresas foram coordenadas com o escritório do Victor e principalmente o Rodrigo".

"Esse dinheiro entrava na conta. no começo, esse dinheiro ficava um pouco mais na conta, alguns dias a mais, para poder justificar a saída, mais para frente, andando, entrava num dia, saía no mesmo dia, no outro. então, a gente mantinha uma conta corrente.

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Calazans afirma que diversas empresas do setor portuário faziam contratos por serviços que ele nunca prestou, somente para o recebimento do dinheiro e o repasse para Lyra. Do total, ele teria ficado com 3%.

"90% das operações que eu fiz com Victor e Rodrigo, 90% era para Milton Lyra. Como eu soube disso? Soube porque comentaram. Eu conheci o Milton Lyra, tive com ele umas três quatro vezes em São Paulo, e principalmente as operações grandes eram tudo Milton Lyra", afirma.

COM A PALAVRA, MILTON LYRA

O empresário Milton Lyra esclarece que o relato do delator é mentiroso, já que nunca fez ou mandou fazer qualquer depósito em favor do escritório de Flávio Calazans.

Afirma também que não conhece as empresas mencionadas por ele, nem seus donos, e que jamais tratou das tramas fruto dessas invenções.

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Assessoria de imprensa de Milton Lyra

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