Um dos itens da pauta do CNMP diz respeito a um pedido do senador Renan Calheiros (MDB) para abertura de um processo administrativo disciplinar contra Deltan envolvendo declarações do coordenador da força-tarefa do Paraná contra candidatura do primeiro à Presidência do Senado. Sete integrantes do órgão já votaram a favor da abertura do PAD contra Deltan, mas a análise do caso havia sido interrompida por pedido de vista (mais tempo de análise). Falta um voto para o colegiado formar maioria e acolher o pedido de Renan.
Outra questão que será discutida pelos integrantes do CNMP é o processo administrativo aberto contra Deltan após manifestação do presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Dias Toffoli. A ação contra o coordenador da força-tarefa da Lava Jato é relativa a entrevista à rádio CBN na qual criticou o STF, acusando a Corte de passar uma mensagem de 'leniência' à corrução.
O colegiado abordará ainda uma reclamação disciplinar movida pela da senadora Kátia Abreu (PDT-TO) por causa de uma postagem feita por Deltan em suas redes sociais. Na publicação, o procurador compartilhou uma reportagem sobre a acusação de pagamento à senadora de R$ 500 mil via caixa 2 pela construtora Odebrecht. A acusação, no entanto, foi arquivada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em agosto, o colegiado formou maioria para arquivar a reclamação, mas a discussão foi interrompida após pedido de vista (mais tempo para análise) do conselheiro Erick Venâncio Nascimento, representante da OAB no colegiado.
'Não vejo razão para ser censurado'
Na noite desta segunda, 25, Deltan se manifestou em seu perfil no Twitter sobre a sessão do CNMP e o caso das críticas aos ministros do Supremo. O procurador destacou que fez uma 'ressalva expressa' na rádio e sinalizou que 'não via razões' para ser censurado.
"Em minha defesa, afirmei que minha declaração foi uma crítica de autoridade pública sobre atos de outra autoridade pública, em matéria de interesse público, sem grosseria. O cerne da liberdade de expressão é que ela existe para proteger o direito à crítica e não aos elogios", destacou chefe da Lava Jato em Curitiba.