PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Assessor de irmão de Geddel quer assinar delação sobre o bunker de R$ 51 milhões

Job Brandão busca um acordo com a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República após ser preso por conta de suas digitais apareceram em parte das notas encontradas no apartamento ligado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima

Por Fabio Serapião e BRASÍLIA
Atualização:

Foto: PF 

O ex-assessor parlamentar do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), Job Ribeiro Brandão, buscou a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR) para fazer um acordo de colaboração premiada e já prestou depoimento à PF na última terça-feira, 14. O Estado apurou que Job, no depoimento, explicou qual era sua participação nos desvios que seriam praticados pelo deputado e seu irmão, o ex-ministro Geddel Vieira Lima.

PUBLICIDADE

O depoimento de Job foi tomado pelo delegado da operação Cui Bono? Marlon Cajado e pelo procurador do grupo de trabalho da Lava Jato na PGR, Hebert Mesquita, na Superintendência da Polícia Federal, em Salvador. Atualmente, o ex-assessor está em prisão domiciliar.

Job Brandão virou alvo da Operação Tesouro Perdido no momento em que a PF identificou suas digitais em parte dos R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador, a 1,2 km da residência de Geddel Vieira Lima. O ex-ministro e o deputado Lúcio Vieira Lima são investigados pelo crime de lavagem de dinheiro.

Em documento protocolado nesta sexta-feira, 17, no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Marcelo Ferreira de Souza, que representa Job, informou ao ministro Edson Fachin o interesse do ex-assessor em assinar um acordo de colaboração premiada.

"A partir do depoimento de Job Ribeiro Brandão, prestado no dia 14/11/2017, na sede da Polícia Federal em Salvador, verifica-se com clareza solar que o requerente não pretende se furtar à aplicação da lei penal, ao contrário, manifestou, espontaneamente, o desejo de colaborar com as investigações", diz a petição.

Publicidade

Job já havia protocolado uma petição no STF na qual afirmava que devolvia aos parlamentares a maior parte de seu salário de servidor público, na faixa de 80%, em uma proporção equivalente a R$ 8 mil. Procurados, Geddel e o deputado Lúcio Vieira Lima não foram localizados até a publicação da reportagem.

O Estado apurou que a defesa de Job mira três objetivos. O primeiro deles, a redução da fiança estipulada para sua soltura, já foi alcançado. O segundo seria derrubar o mandado de prisão expedido contra ele e a terceira é o ressarcimento dos valores que, segundo Job, eram devolvidos ao deputado e seu familiares. Para alcançar o terceiro objetivo, o ex-assessor deve indicar pessoas com conhecimento sobre a devolução de cerca de 80% do salário ao deputado.

Na petição encaminhada ao STF, o advogado de Job apontou que seu cliente é "primário de bons antecedentes, tem residência fixa na cidade de Salvador, tudo a demonstrar que não há risco para a ordem pública ou inconveniente para a investigação ou persecução penal com sua soltura."

Por esses argumento, o advogado Marcelo Ferreira solicitou a revogação da prisão domiciliar e da monitoração eletrônica "com a consequente notificação da autoridade policial e/ou Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia para que promova as medidas necessárias à retirada do equipamento."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.