O ex-auditor fiscal Paulo Roberto Cortez afirmou, em delação premiada, que recebia um salário em espécie de R$ 10 mil para elaborar decisões para o conselheiro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais José Ricardo Silva. Ele chegou a ser conselheiro do colegiado até 2007. A colaboração dele foi firmada no âmbito da Operação Zelotes, que investiga se integrantes do Carf recebiam propinas para reduzir ou isentar empresas de multas.
Ele relatou ao Ministério Público Federal que o conselheiro não 'tinha essa capacidade' de julgar os processos que relatava no Carf. "não tinha conhecimento tanto da área de IR quanto contábil que se faz necessário para julgamento desses processos".
Com o tempo, Cortez disse entender que havia decisões compradas no colegiado. "tenho consciência de que em alguns processos houve mesmo utilização de formas escusas para ter êxito".
"Com o passar do tempo, comecei a perceber que alguns julgamentos que no meu entendimento e que, de acordo com a jurisprudência normal do Carf, não tinha como dar provimento à matéria", afirmou.