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As quatro estações de uma vida empreendedora

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Por Simone Cyrineu
Atualização:
Simone Cyrineu. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Há algumas coisas que ficamos de olho quando se decide empreender, duas importantes delas são se o mercado está receptivo ao que estamos oferecendo e o fluxo de caixa financeiro, que faz muitas empresas entrarem para as estatísticas do Sebrae de mortalidade nos primeiros dois anos de atividade.

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E aí bicho, dizem que é melhor correr. Tem que voltar a estudar, melhorar o produto ou serviço, capacitar o time interno que você vir a ter, acumular gestão de áreas administrativas, marketing, vendas, ficar de olho na concorrência e por aí vai.

O próximo estágio disso é você passar a frequentar os mais diversos eventos, summits e workshops de diversas áreas, afinal você precisa, além de se capacitar, manter-se atualizado do que está acontecendo não só no seu mercado mas também das melhores práticas de gestão, tecnologias e inovações como um todo.

Mas antes de sermos cooptados por todo esse volume de informação, que sim, contribui muito para o desenvolvimento e saúde do negócio, é preciso ampliar um pouco do alto a visão de si mesmo, do seu negócio e do sistema empreendedor.

A depender do estágio do seu negócio, a influência dos sócios e fundadores é diretamente proporcional ao resultado, por isso é fundamental lembrar-nos que as empresas, assim como a vida, são feitas de ciclos que para melhor visualização vou ilustrar com as estações do ano.

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É no inverno que nos encontramos em um estado de latência, de não ação. Nessa época a terra descansa, os ursos hibernam, as noites são mais longas e os dias mais curtos. Este seria um momento em que consciente ou inconscientemente você, sua mente e seu corpo estão processando todas as informações que você recebe de diferentes fontes, arriscaria dizer que é aqui o início de qualquer ideia que você venha a tangibilizar no futuro.

Futuro esse que se transforma em primavera, estação na qual estamos com a energia em brotação, crescimento e desenvolvimento, rumo a ascensão. É como se cada referência dos seus aprendizados, ao misturar-se forma uma liga em semente, é aquele lampejo de uma ideia repentina que se encaixa muito bem no que você precisa desenvolver no seu negócio mas você ainda não tinha se dado conta de que tinha parte desses conhecimentos para essa semente de ideia surgir.

Digo parte de conhecimentos porque é logo em seguida, com a energia em ápice e máximo movimento do verão que expandimos para todas as direções. Com tua semente de ideia em brotação da estação anterior parece que nos recarregamos com mais do que a capacidade necessária para fazer o que precisa ser feito e buscar o que precisa ser buscado para que as pendências sejam resolvidas e novos projetos lançados ao mercado com tamanho entusiasmo. Certamente é nesse período que temos os saltos de crescimento nos negócios, bem como nossas evoluções individuais.

E assim, como mais uma parte do ciclo, nossa energia entra em movimento centrípeto, um movimento circular de retorno ao centro, a retração do outono como preparação de chegada de um novo inverno. Aquele fogo do verão não é sustentável a médio e longo prazo, as ideias precisam se transformar, os processos precisam ser avaliados e corrigidos. É hora de trazer os aprendizados junto com as difíceis decisões do que precisam ficar ou deixar para seguirmos no processo de crescimento. Às vezes é um produto ou serviço que precisa ser descontinuado, algumas vezes o time precisa ser realocado ou as parcerias revistas.

Se tirarmos do nosso radar a noção de calendário-tempo gregoriano que adotamos atualmente, é impossível classificar as estações por ordem de prioridade ou início. Tampouco assumir que estamos todos na mesma estação.

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Este é um ciclo contínuo onde dificilmente se localiza o começo-fim. Se você conseguir desenvolver uma visão mais apurada vai conseguir perceber as fases de transições entre as estações, quando você se enxerga em um momento com mais centramento ou estrutura de base. É quase como se os efeitos de cada estação estivessem sendo condensados pela sua mente e seu corpo. Já sentiu isso alguma vez?

E o que isso tudo tem a ver com minha vida empreendedora e meu negócio?

Tudo.

Nós vivemos esses ciclos em nós, como indivíduos em constante evolução, as nossas empresas também possuem esses ciclos de aprendizado, bem como todo o sistema interligado entre as organizações e seus produtos e serviços.

Meu ponto aqui é ter consciência do momento em que você está e direcionar as atividades e metas do seu negócio que favoreçam o mesmo período e vice-versa. Uma vez que você se localiza, vai ganhar potência em tuas ações que certamente terá benefícios sentidos também no seu negócio. Percebe ainda que todos à sua volta, colaboradores, parceiros, concorrentes e mercado, estão no mesmo processo, mas cada um em sua estação, nem sempre a mesma que a sua.

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*Simone Cyrineu, CEO e fundadora da thanks for sharing

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