Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

As perguntas que toda startup deveria se fazer

PUBLICIDADE

Por Beatriz Montiani
Atualização:
Beatriz Montiani. Foto: Divulgação

Empreender é não é tão fácil, para não dizer nada fácil, e, no Brasil,  o desafio parece ser ainda maior. De acordo com o Sebrae, cerca de 25% das startups morrem com menos de um ano de vida. No entanto, acredito (e espero) que os dados do levantamento realizado pela Fundação Dom Cabral  não precisam ser perpetuados. Com alguns cuidados simples, é possível evitar alguns erros que são comuns nas startups. Há 4 anos, venho cuidando da aceleração dessas empresa e percebi que muitas cometem os mesmos erros que poderiam ser evitados. E como virar este jogo? Para mim, o mais importante é identificar os erros logo no início da operação. Para fazer esse diagnóstico, os empreendedores precisam responder a três perguntas muito simples. A primeira delas diz respeito aos clientes. Você sabe (de fato) quem é o seu cliente? Provavelmente quase todos irão responder que sim, que conhecem. Mas será mesmo? Temos observado que muitos empreendedores acham que conhecem e, ao longo do programa, acabam detalhando melhor essa persona, fazendo uma imersão no usuário final e/ou cliente, enxergando outros pontos de vista, necessidades, desejos e anseios. Além disto, o olhar de fora, seja mentorias, ou o contato com outras startups ajudam muito nesse processo também.

PUBLICIDADE

Com uma identificação mais profunda da persona podemos ir para o segundo passo que é entender melhor o problema que aquela empresa se propõe a resolver. Qual é o seu propósito e para que veio? Muitas startups surgem da própria dor do empreendedor em resolver alguma questão, mas é preciso saber se esta é também uma dor do mercado e o quão grande é este mercado. Conseguimos aprofundar esse dilema, destrinchar possibilidades, pesquisar se há soluções semelhantes em outros lugares do mundo e, claro, aperfeiçoar  a solução. Já vimos casos de startups que passaram pelo nosso Programa e que conseguiram endereçar soluções mais robustas e duradouras para o mercado.

A terceira e última questão a ser observada é como estas startups estão vendendo suas inovações. Ter um bom produto não é suficiente, é preciso saber vendê-lo. E em um curto espaço de tempo. Por isso, valorizamos um bom pitch. Queremos que todas as empresas aceleradas por nós saibam valorizar seus pontos fortes, saibam vender suas soluções da melhor forma possível e, o mais importante, saibam como convencer os investidores a olharem na empresa com a possibilidade de ser o melhor investimento do momento. O objetivo do pitch é que o investidor queira uma nova conversa. A primeira impressão é sempre a que fica e neste mercado competitivo, às vezes, o empreendedor só tem a oportunidade de alguns minutos para causar esta boa impressão.

Analisando com cuidado estes três pontos, a taxa de sobrevivência destas empresas, certamente, será maior. Há ainda mais um ponto a registrar, talvez o mais polêmico de todos. Estou falando sobre a paixão pelo negócio. E, antes que me critiquem, deixo aqui registrado que sim, estar apaixonado pelo que se faz não deve ser um problema. Pelo contrário, a gente deve mesmo investir naquilo que mais gosta.  A grande questão é quando esta paixão "nos cega".

Os empreendedores não podem ignorar os pontos de melhorias. É preciso desapegar de algumas coisas e ter coragem para admitir erros. Saber ouvir é crucial. Inspirar o time, resolver problemas, validar o modelo. Repetir este ciclo quantas vezes forem necessárias. E, se preciso for, pivotar a empresa. A tarefa não é fácil, mas é preciso deixar o ego de lado, colocar a paixão no banco de reservas e focar no que é melhor para os negócios.

Publicidade

*Beatriz Montiani, diretora de Engajamento com Fintechs e responsável pelo Programa de Aceleração da Visa

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.