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As muralhas do conhecimento

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Por Celso Niskier
Atualização:
Celso Niskier. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A China não é só uma potência econômica, é também um país com um modelo educacional que pode contribuir muito para o desenvolvimento da nossa educação superior. O momento é oportuno, visto que o ensino superior particular brasileiro tem crescido e despertado a necessidade de ampliar a internacionalização e as parcerias com as principais instituições de educação do mundo, trocando experiências e conhecendo as melhores práticas nas áreas organizacionais, educativas e gerenciais.

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Recentemente, realizamos a 3ª Delegação ABMES Internacional - China Experience, onde estivemos acompanhados por educadores de 16 instituições privadas, que juntas representam mais de 400 mil estudantes brasileiros. Na ocasião, firmamos acordos importantes e parcerias estratégicas, que criam oportunidades de promover intercâmbio cultural e acadêmico entre instituições brasileiras e chinesas.

Cito aqui um dos acordos fechados, com a Beihang University, de Pequim, por meio do qual três universidades brasileiras vão adquirir um software de realidade virtual desenvolvido pelo centro de inovação da universidade chinesa. Pelo programa é possível realizar simulações de aulas de anatomia ou experimentos em laboratórios de química com uso de realidade aumentada.

Também compartilho uma parceria com futuro exitoso. Percebemos que o interesse pela Língua Portuguesa tem crescido no país do mandarim e isso nos fez pensar um acordo de cooperação com as instituições chinesas. A proposta é levar para a China um grupo de professores brasileiros para que possam ensinar o português falado no Brasil, além de aprender o mandarim. Ao regressarem para o Brasil, o aprendizado poderia ser replicado, uma vez que também é ascendente a busca do mandarim por estudantes brasileiros.

É fato que proporcionar a troca de informações e vivências não só fortalece as instituições na melhoria dos seus processos, como também na qualidade dos serviços ofertados. Para os estudantes que buscam a experiência internacional, é a oportunidade de estarem conectados às tendências e inovações das áreas profissionais nas quais escolheram para seguir após a graduação.

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Os acordos de cooperação nos levam a acreditar que a atuação do setor particular de educação no Brasil possa ser cada vez mais globalizada, abrindo caminho para projetos acadêmicos com emissão de diplomas com validade em ambos os países. Cabe lembrar que a China, nossa maior parceira comercial, tem reconhecida qualidade internacional dos cursos de graduação e pós-graduação, tornando o país o maior produtor de doutores universitários do mundo. Se a nova rota da seda é a busca do conhecimento, Brasil e China podem se unir no rompimento das muralhas que nos separam também no campo da educação.

*Celso Niskier é secretário executivo do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular (Fórum) e diretor-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)

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