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Aras põe grupo anti-crime organizado na Procuradoria do Rio para reforçar Lava Jato

Aposta para substituir o modelo de forças-tarefas, Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos) ganham a sexta equipe permanente sob a gestão do atual procurador-geral

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Por Rayssa Motta
Atualização:

Principal aposta da Procuradoria-Geral da República (PGR) para substituir o modelo das forças-tarefas, os Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos) vão ser ampliados nas próximas semanas. A instituição anunciou nesta quarta-feira, 20, a instalação de uma equipe no Rio de Janeiro para ajudar nas investigações da Lava Jato fluminense.

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Por enquanto, o número de procuradores deslocados não foi divulgado. Eles devem ser escolhidos pela direção local e aprovados pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para mandatos prorrogáveis de dois anos.

"Com o Gaeco do Rio de Janeiro, os trabalhos desenvolvidos pela força-tarefa terão continuidade e institucionalidade. A transição para a nova estrutura, de caráter permanente, deverá ocorrer em moldes semelhantes à realizada em Curitiba. Augusto Aras se comprometeu a apoiar as investigações em curso, com pessoal e estrutura, até o final de seu mandato, em setembro", informou, em nota, o Ministério Público Federal.

Em dezembro, Aras já havia criado seis vagas para procuradores interessados em compor um Gaeco em Curitiba sob argumento de reforçar a força-tarefa da Lava Jato no Paraná.

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O procurador-geral da República Augusto Aras. Foto: Gabriela Biló / Estadão

Referência no combate ao crime organizado nos Ministérios Públicos estaduais, os Gaecos começaram a ser implementados a nível federal no ano passado - quase sete anos após o Conselho Superior do Ministério Público aprovar uma resolução abrindo caminho para a adoção do modelo. Desde então, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pará e Amazonas ganharam equipes permanentes.

A institucionalização dos Gaecos traduz a meta encampada por Aras de redesenhar o Ministério Público Federal. A remodelação da instituição gerou desgaste com as forças-tarefas e com membros do próprio Conselho Superior. A cúpula do MPF vinha discutindo a possibilidade de reunião dos grupos de trabalho sob comando único sediado em Brasília. O projeto criaria a Unidade Nacional de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Unac), subordinada a Aras, para atuar no combate à corrupção, a atos de improbidade administrativa e ao crime organizado.

Com a resistência dos investigadores, que veem risco de perda de autonomia com a unificação, a ampliação dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado como forma de absorver as forças-tarefas e abarcar as investigações de combate à corrupção ganhou força. A ressalva agora é sobre a capacidade estrutural dos grupos para tocar inquéritos mais complexos.

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