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Aras anuncia 'providências para proteger' diretores da Anvisa ameaçados

Procurador-geral da República enviou ofício a presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária Antonio Barra Torres comunicando sobre medidas que decidiu adotar depois que o presidente Jair Bolsonaro declarou que divulgaria os nomes dos técnicos que aprovaram a vacinação infantil

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Por Pepita Ortega
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O procurador-geral da República, Augusto Aras, em encontro com jornalistas nesta terça, 15, em Brasília. Foto: Antonio Augusto/Secom/PGR

O procurador-geral da República, Augusto Aras, informou neste domingo, 19, ter determinado a 'adoção de providências' para 'assegurar a proteção' de diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após o presidente do órgão, Antonio Barra Torres, denunciar novas ameaças em razão da aprovação da vacina contra a covid-19 para crianças de 5 a 11 anos.

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A informação foi prestada em ofício encaminhado à Barra Torres neste domingo, 19. O PGR, no entanto, não detalhou quais as 'providências' foram adotadas para proteger os dirigentes da Anvisa.

O documento registra que comunicações anteriores que chegaram à PGR sobre fatos similares 'foram diligentemente tratadas por membros do Ministério Público Federal no Distrito Federal e no Paraná, que contam, no tema, com o zeloso trabalho da Polícia Federal', indicou o Ministério Público Federal em nota.

A escalada das ameaças a diretores da Anvisa foi relatada neste domingo, 19, três dias após o presidente Jair Bolsonaro ter dito que divulgaria os nomes dos responsáveis pela aprovação da vacinação infantil contra a covid. Após a fala de Bolsonaro, a Anvisa reagiu e disse "repudiar com veemência" ameaças feitas contra funcionário do corpo técnico do órgão.

Eles pediram à PGR, à Polícia Federal, ao Ministério da Justiça e ao Gabinete de Segurança Institucional que apurem e responsabilizem "com urgência" os autores das intimidações, além de garantir proteção policial aos servidores e seus familiares.

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Em nota, o órgão lembrou inclusive das ameaças de morte recebidas pelos funcionários da agência em outubro, para que a vacinação contra a covid em crianças não fosse autorizada. Tais ameaças, feitas por e-mail estão sob investigação da PF.

Também neste domingo, 19, o ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal, engrossou o coro contra a 'perseguição' aos servidores da Anvisa, conclamando as autoridades policiais a investigarem e garantirem a segurança dos mesmo e de suas famílias.

"A perseguição aos técnicos da Anvisa é uma vergonha nacional. Mostra como o discurso do ódio chegou a níveis alarmantes no país. Aos servidores da agência, expresso minha solidariedade", escreveu em seu perfil no Twitter.

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