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Após fala de Bolsonaro, Gilmar diz que 'crise não sustenta o luxo da insensatez'

Ministro do STF voltou a pedir que as pessoas fiquem em casa, por meio de seu Twitter, pouco mais de uma hora após a declaração do presidente, em comentário que não o citou nominalmente

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Por Luiz Vassallo
Atualização:

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Foto: Nelson Jr./SCO/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes voltou a pedir que os brasileiros fiquem em casa, na noite desta terça-feira, 24, pouco mais de uma hora após o pronunciamento em que o presidente Jair Bolsonaro, em rede nacional, criticou o fechamento de escolas e voltou a falar em histeria.

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"A pandemia do #covid19 exige solidariedade e co-responsabilidade. A experiência internacional e as orientações da OMS na luta contra o vírus devem ser rigorosamente seguidas por nós. As agruras da crise, por mais árduas que sejam, não sustentam o luxo da insensatez. #FiqueEmCasa"", afirmou Gilmar, em seu Twitter, sem citar nominalmente o presidente.

De acordo com dados oficiais atualizados nesta terça pelo Ministério da Saúde, o Brasil contabiliza 46 mortes e 2.201 casos confirmados, um aumento de 16,4% em um dia. Em meio a esse cenário, o presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento em que novamente afirmou que a imprensa 'espalha a sensação de pavor'. "O que tínhamos que fazer naquele momento (no ínicio das precauções) era o pânico, a histeria e, ao mesmo tempo, traça a estratégia para salvar vidas e evitar o desemprego em massa", afirmou.

Segundo ele, não há motivo para fechar escolas, uma vez que o grupo de risco é composto por, também, pessoas com mais de 60 anos. "São raros os casos fatais de pessoas sãs com menos de 40 anos", disse.

O discurso foi mal recebido no Legislativo. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que a fala de Bolsonaro foi grave e cobrou uma liderança "séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população".  Governadores também criticaram duramente as palavras de Bolsonaro.

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"Pronunciamento de hoje mostra que há poucas esperanças de que Bolsonaro possa exercer com responsabilidade e eficiência a Presidência da República. Os danos são imprevisíveis e gravíssimos", declarou o governador do MaranhãoFlávio Dino (PC do B).

O governador do Espírito SantoRenato Casagrande, afirmou que o discurso do presidente foi "desconectado das orientações dos cientistas, da realidade do mundo e das ações do ministério da Saúde".

 

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