O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, disse na noite deste domingo, 15, que a Corte não descarta voltar ao antigo sistema de apuração nas eleições municiais. Neste ano, o TSE está centralizando a divulgação dos resultados, ao contrário do que aconteceu em pleitos anteriores, quando os Tribunais Regionais Eleitorais eram os responsáveis por publicar os dados.
A declaração foi dada em coletiva de imprensa após ser questionado sobre o atraso na divulgação dos resultados deste primeiro turno das eleições municipais. "Certamente nós temos que esperar o relatório para saber exatamente qual foi o problema. Se o diagnóstico sugerir que a centralização foi parte do problema, evidentemente a gente deve revisitar", disse Barroso a jornalistas.
O ministro também afirmou que não tem 'simpatia' pela mudança e que ela pode estar na origem da instabilidade sofrida pelos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral na noite de hoje.
"De fato houve uma alteração e a totalização passou a ser centralizada no TSE. Essa não foi uma decisão minha. Eu tomei posse em maio e o sistema já havia sido alterado dessa forma. Preciso dizer que desde o primeiro momento eu não tive simpatia por essa opção, mas era a opção estabelecida e foi ela que segui. Muito possivelmente por ser uma novidade, pode estar na origem da instabilidade que nós sofremos", afirmou.
Barroso também aproveitou para esclarecer que, neste primeiro ano de centralização das apurações, o atraso não tem relação com o envio dos balanços pelos Tribunais Regionais Eleitorais.
"Não houve nenhum problema em relação aos Tribunais Regionais Eleitorais. O problema que ocorreu deu-se exclusivamente aqui no Tribunal Superior Eleitoral. Um problema técnico de hardware. Os dados chegaram para a totalização, totalmente íntegros, e apenas o processo de somar essas mais de 400 mil sessões que enviaram o material é que ficou extremamente lento em razão de um dos processadores ter sofrido um problema técnico", explicou.