Depois de três semanas do apagão no Amapá, a energia no estado foi reestabelecida, conforme informações do Ministério de Minas e Energia (MME). Apesar de ser difícil apontar responsáveis, o grande problema vivido pela população amapaense reforça a importância do planejamento setorial e de mecanismos de contingência para que situações tão impactantes sejam minimizadas da melhor forma possível.
Vemos assim uma busca constante pela implantação destes processos de controle e planejamento por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Prova disso é o processo de implantação da Base de Dados das Instalações da Transmissão (BDIT), que tem como objetivo consolidar os diferentes controles da ANEEL, ONS e concessionárias de transmissão em uma única base de dados.
Implementar a nova base de dados tem como objetivo disponibilizar um sistema único e confiável, que possa ser consultado por todos os agentes do setor de transmissão. Somente na ANEEL tal base de dados seria utilizada por sete superintendências diferentes, além de subsidiar o ONS no planejamento e execução da operação eletroenergética do país. A implantação do BDIT é um passo importante e necessário para o setor, o que explica o aumento exponencial de consultas pelas concessionárias sobre as melhores práticas para implementação deste processo.
A tão esperada implantação do BDIT, no entanto, demandará planejamento e estruturação. Isso porque visa o cruzamento de um grande volume de informações técnicas e contábeis das concessionárias de transmissão, além do georreferenciamento de seus ativos, o que também exigirá um árduo trabalho para as transmissoras e consultorias especializadas neste tipo de ação.
Desta maneira, o BDIT vem auxiliar os órgãos reguladores em diversos aspectos como controle físico, aderência com dados contábeis, controle das receitas e no planejamento setorial, trazendo assim mais agilidade ao setor. A urgência na implementação de uma comunicação unificada é real e só trará benefícios para um país de dimensões continentais como o Brasil.
*Ronir Correa é diretor da Duff & Phelps no Brasil