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Anexo 28: A bancada do PMDB no Senado e o 'abraço' a Paulo Roberto Costa na Petrobrás

Delcídio Amaral, em sua delação bomba, dedica-se à bancada peemedebista no Senado que, segundo ele, garantiu o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás no cargo

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Por Mateus Coutinho , Julia Affonso e Ricardo Brandt
Atualização:
 

O delator bomba da Lava Jato, senador Delcídio Amaral (afastado do PT/MS), disse que a bancada do PMDB no Senado 'tem um arco de influência amplo em vários setores do governo'. Está registrado no Anexo 28 da delação premiada do ex-líder do Governo no Senado.

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"Renan Calheiros, Eunício Oliveira, Jorge Luz, Edson Lobão, Jáder Barbalho, Romero Jucá, Milton Lyra, Silas Rondeau têm um arco de influência amplo, em vários setores do governo. A bancada do PMDB no Senado é protagonista, especialmente, no Ministério de Minas e Energia. Tem representantes na Eltrosul, Eletronorte e, mais recentemente, nas diretorias de Abastecimento e Internacional da Petrobrás, além da Eletronuclear. Entre os senadores, destacam-se Renan Calheiros, Edson Lobão, Jáder Barbalho, Romero Jucá e Valdir Raupp. Passaram pelas mãos desse 'time' as UHEs Jirau & Santo Antônio e Belo Monte entre outras obras, além da Usina Nuclear de Angra dos Reis."

Ainda no Anexo 28, Delcídio Amaral afirma que os peemdebistas do Senado "abraçaram a manutenção de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobrás e Nestor Cerveró na Diretoria Internacional, como consequência do 'escândalo do Mensalão'".

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Renan Calheiros. Foto: Ed Ferreira/Estadão

"A ação desse grupo se fez presente em subsidiárias da Petrobrás como, por exemplo, a Transpetro. Lá reinou, absoluto, durante 10 anos, Sérgio Machado, indicado por Renan Calheiros. Seguidas vezes o vi, semanalmente, despachando com Renan na residência oficial da presidência do Senado."

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Delcídio Amaral estende sua delação para outras áreas do governo que teriam se tornado alvo com o declínio das gigantes da construção. "Especial atenção deveria ser dada à ANS e ANVISA, cujas diretorias foram indicadas pelo PMDB do Senado, principalmente pelos senadores Eunício Oliveira, Renan Calheiros e Romero Jucá. Jogaram 'pesado' com o governo para emplacarem os principais dirigentes dessas Agências. Com a decadência dos empreiteiros, as empresas de planos de saúde e laboratórios se tornaram os principais alvos de propina para os polîticos e executivos do governo. Vale lembrar que empresas do senador Eunício Oliveira prestavam e ainda prestam serviços terceirizados à Petrobrás e a vários ministérios, atravás de contratos milionários, sendo que alguns com 'dispensa de licitação' ou sem concorrência pública."

Ainda sobre o PMDB. "Alguns dos principais operadores do PMDB são o paraense Jorge Luz e Milton Lyra. Este último um 'homo brasiliensis', educado, fino e com grande atividade junto aos fundos de pensão. Exemplo típico dessa atuação é o Postalis, que foi presidido na sua gestão anterior por Alexej Predtechensky, indicado por Renan e (Edison) Lobão. o 'homo brasiliensis' opera bastante com o deputado Eduardo Cunha e o senador Romero Jucá, especialmente na definição de emendas às MPs que tramitam nas duas Casas (Câmara e Senado). Dispensa comentários o nome de Silas Rondeau, ex-ministro de Minas e Energia."

COM A PALAVRA, O EMPRESÁRIO MILTON LYRA

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Por meio de sua assessoria de imprensa, o empresário Milton Lyra reagiu à citação ao seu nome na delação de Delcídio Amaral.

"Em relação às menções atribuídas a Delcídio do Amaral a respeito de Milton Lyra, o empresário repele rigorosamente as suposições, inferências e suspeitas lançadas pelo senador. "Ele nada mais fez que repetir notícias e fantasias publicadas na imprensa, certamente com o objetivo de comprar sua liberdade", afirmou Lyra. O próprio senador afirmou não ter conhecimento de qualquer fato concreto que possa fundamentar suas ilações, o que faz da difusão dessas inverdades um ato criminoso."

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