O senador Delício Amaral (PT-MS) afirmou em seu acordo de delação premiada que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o mandante da operação de compra do silêncio do ex-diretor de Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró, que resultou em sua prisão no dia 25 de novembro pela Operação Lava Jato.
"Lula pediu expressamente a Delcídio do Amaral para 'ajudar' o Bumlai porque, supostamente, ele estaria implicado nas delações de Fernando Soares e Nestor Cerveró. No caso, Delcídio intermediaria o pagamento de valores à família de Cerveró com recursos fornecidos por Bumlai", registra o termo 6 da delação bomba.
As acusações complicam a vida do ex-presidente Lula, principal alvo da Lava Jato em Curitiba, desde que foi deflagrada a última fase (24ª), no dia 4 de março - Operação Aletheia. No dia, o juiz federal Sérgio Moro autorizou a condução coercitiva do ex-presidente para depor. Ele negou envolvimento no esquema e irregularidades.
O senador afirmou ter explicado a Lula que com Bumlai seria difícil falar, "mas que conversaria com o filho, Maurício Bumlai, com quem mantinha uma boa relação". Delcídio diz ter visto uma oportunidade de ajudar a família de Nestor, que estaria cobrando apoio financeiro, e "aceitou intermediar a operação".
O senador detalhou as entregas de valores nas mãos do advogado Edson Ribeiro. O dinheiro foi repassado pelo filho de Bumlai em um almoço em churrascaria no Shopping Iguatemi, no dia 22 de maio de 2015. O encontro está registrado em agenda, que foi copiada e entregue à PGR. "As entregas de valores a família de Nestor Cerveró se repetiram em outras oportunidades."
O total recebido, segundo ele, foi de R$ 250 mil.