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Amigo de Renan que cerca promotores é namorado de ex-assessora de Beto Richa

Revelação do site O Antagonista aponta relações de conselheiro do CNMP, Luiz Fernando Bandeira de Mello, com jornalista que foi assessora de comunicação do ex-governador tucano do Paraná, preso na Operação Radiopatrulha; conselheiro diz que 'em nenhum momento suas relações pessoais interfeririam na sua atuação profissional'

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Por Redação
Atualização:

Luiz Fernando Bandeira de Mello. Foto: CNMP

O conselheiro do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) Luiz Fernando Bandeira de Mello, namora uma jornalista que foi assessora de comunicação do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), preso na terça, 11, na Operação Radiopatrulha - investigação deflagrada pelo Ministério Público sobre supostas propinas de R$ 70 milhões ao tucano em contratos do Programa Patrulha do Campo para manutenção de estradas rurais, entre 2012 e 2014.

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A revelação sobre as relações de Bandeira com a jornalista foi feita pelo site O Antagonista nesta sexta, 14.

Bandeira, amigo do senador Renan Calheiros (MDB/AL), ocupa uma cadeira no Conselhão do MP na cota do Senado. Ele é o autor de representação à Corregedoria Nacional do Ministério Público para providências sobre a atuação de promotores de Justiça que investigam políticos que concorrem nas eleições presidenciais, como Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), e o próprio Beto Richa, que disputa uma vaga no Senado.

A ofensiva do conselheiro provocou imediata reação no Ministério Público. A Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público), que reúne 16 mil promotores e procuradores em todo o País, vê 'ameaças' à autonomia da classe.

O Antagonista informou que a namorada de Bandeira integrou a Juventude do PSDB no Paraná. O pai dela foi nomeado, em 2015, assessor parlamentar da Governadoria e, atualmente, está engajado na campanha de Richa ao Senado.

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Ainda ao site O Antagonista, o conselheiro foi enfático ao rechaçar um possível conflito de interesses. "Em nenhum momento minhas relações pessoais interfeririam na minha atuação profissional, como também não interferiram quando secretariei o impeachment de 2016."

Ele disse que 'no início da carreira, (sua namorada) trabalhou na comunicação do governo do Paraná e integrava a juventude do PSDB'. "Quando começamos a namorar, ela já estava desfiliada do partido e trabalhava para a comunicação do Senado, onde a conheci."

"Tenho contato com pessoas de todos os partidos. No meu expediente, citei os casos ocorridos nos últimos dias antes da data da sessão do Conselho Nacional do Ministério Público. Tivesse sido no dia seguinte, teria incluído os casos do Azambuja ou outros que ocorreram na sequência." Ele está se referindo ao governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), que na quarta, 12, foi alvo da Operação Vostok, por suspeita de R$ 67 milhões em propinas em troca de benefícios fiscais ao setor agropecuário.

À reportagem do Estadão, Bandeira enfatizou. "O senador Renan não foi signatário de minha indicação ao CNMP e nem sequer votou em minha indicação. Se tem uma coisa que respeito em minha atuação profissional é o diálogo com todas as correntes partidárias. Sou secretário-geral do Senado. Sou servidor concursado, com mestrado em combate à corrupção e, no meu trabalho, devo relacionar-me com todos os senadores."

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