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América do Sul unida contra o crime organizado transnacional

Por Anderson Torres
Atualização:
Anderson Torres. FOTO: TOM COSTA/MJSP Foto: Estadão

O Ministério da Justiça e Segurança Pública reuniu, há pouco menos de um mês, em Brasília, diversas autoridades de segurança pública de países da América do Sul. O intuito do encontro foi discutir estratégias comuns para combater o crime organizado transnacional, como o tráfico de pessoas e armas, o contrabando, a lavagem de dinheiro, ilícitos cibernéticos e ambientais.

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Os líderes sul-americanos, acompanhados dos dirigentes das principais agências de cooperação policial internacional, Interpol e Ameripol, prestigiaram o evento que, por dois dias, incluiu reuniões no Palácio da Justiça, além de visitas à Academia Nacional de Polícia e à sede da Força de Segurança Nacional.

O principal resultado do encontro foi a assinatura da Declaração de Brasília, que instituiu, pela primeira vez, uma aliança estratégica regional contra o crime organizado transnacional.

Uma das medidas concretas dessa aliança foi a oferta brasileira para que agentes dos países sul-americanos participantes do encontro possam atuar com as forças brasileiras nas atividades do Centro de Cooperação Policial Internacional - CCPI, localizado na sede da Polícia Federal do Rio de Janeiro.

No CCPI, os agentes de segurança sul-americanos poderão, com o apoio de equipamentos de alta tecnologia, impulsionar o intercâmbio de dados de inteligência, promover ações integradas e planejar investigações conjuntas. A meta é asfixiar o crime organizado e assim reforçar a proteção da população dos países envolvidos.

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O crime organizado não conhece fronteiras. É um terrível flagelo que ameaça famílias, economias e democracias na América do Sul. O Brasil possui extensos 17 mil quilômetros de fronteiras terrestres, o que aumenta o desafio na contenção da criminalidade transnacional. Daí a importância da cooperação regional, sem a qual o crime organizado não cederá. O êxito no combate aos ilícitos depende, em sua essência, de integração internacional intensa, e em todos os níveis.

A aliança firmada com os países da América do Sul vem consolidar esse caminho. Seja nas operações conjuntas desenvolvidas no CCPI no Rio de Janeiro, seja no âmbito de outras iniciativas com nossos vizinhos, os países sul-americanos somarão forças, independente da orientação ideológica de seus governos, para debelar o crime transnacional.

Uma segunda rodada de negociações regionais está prevista para acontecer ainda este ano, em Assunção, no Paraguai. Trata-se de uma nova era em que as organizações ilícitas, que semeiam o crime e o sofrimento da população, enfrentarão a América do Sul unida em matéria de segurança pública.

*Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública

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