Alvo da Operação Câmbio, Desligo, de maio de 2018, o economista Oswaldo Prado Sanches, ex-diretor da empresa Bozano, teve delação premiada homologada pelo juiz Marcelo Bretas. Sanches e outras 61 pessoas foram denunciados no dia 7 de junho do ano passado pelo Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa.
A homologação foi noticiada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, e confirmada pelo Estado. Segundo o MPF, Sanches teria feito 187 operações num período de dez anos, entre 2006 e 2016, que totalizariam R$ 29 milhões. O dinheiro seria transferido em dólar para contas ligadas aos doleiros Vinícius Claret, o Juca Bala, e Claudio Barbosa, o Tony. Em troca, ele receberia dinheiro em espécie na sede da Bozano, no Rio.
Sanches teria, segundo a denúncia, o poder de controlar a conta pessoal de Julio Bozano, o dono da empresa. A companhia fechou acordo de leniência com o MPF, mas ele não é investigado. A Bozano terá de pagar R$ 60 milhões por causa de crimes fiscais praticados por diretores como Oswaldo Prado Sanches.
O dinheiro movimentado por Sanches não saiu dos cofres públicos e, portanto, não tem relação com o esquema ligado ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB), preso desde novembro de 2016.