Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

AGU pede ao Supremo que aceite 'comprovante de recuperação' da covid como alternativa ao passaporte da vacina

Advocacia-Geral da União entrou com recurso contra decisão que exige comprovação de imunização completa de viajantes; pasta também quer que brasileiros e estrangeiros residentes do Brasil possam voltar ao País mesmo sem vacinas, desde que cumpram quarentena

PUBLICIDADE

Foto do author Rayssa Motta
Por Rayssa Motta
Atualização:

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu nesta segunda-feira, 13, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que esclareça o alcance da decisão que obrigou o governo federal a exigir o comprovante de vacinação contra a covid-19 de passageiros internacionais. A liminar foi dada pelo ministro Luís Roberto Barroso.

PUBLICIDADE

Em manifestação enviada ao tribunal, a pasta afirma que a ordem 'não foi clara', sobretudo em relação ao regramento para viajantes com nacionalidade brasileira residentes no exterior ou que tenham deixado o País sem completar a imunização.

"As situações de obscuridade reclamam esclarecimento tempestivo para que a decisão possa ser cumprida da forma mais adequada possível pelas autoridades federais", diz ao STF.

A AGU também pede que Barroso altere a decisão para garantir que brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil possam voltar ao País, desde que cumpram a quarentena prevista. O governo afirma que barrar sua entrada seria 'desproporcional'.

Publicidade

"A exigência de tamanho rigor migratório equivale a negar o acolhimento territorial de cidadania inclusive a brasileiros natos, sujeitando-os a uma penalidade equivalente ao banimento", segue a AGU.

Passageiro passa por fiscalização no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Foto: Wilton Júnior / Estadão

Outro ponto sugerido pelo governo é que o comprovante de recuperação da covid-19 seja aceito como alternativa para fazer o controle migratório. O argumento é que o documento equilibraria a necessidade de controle da pandemia e a 'efetividade do direito fundamental à circulação'.

"Trata-se de uma forma de evitar que brasileiros e estrangeiros ainda não imunizados não sofram um tratamento jurídico excessivamente gravoso, buscando - tal como outros países do mundo - um equilíbrio reflexivo entre a necessidade de controle da pandemia e a efetividade do direito fundamental à circulação", argumenta a pasta.

Mais cedo, Barroso defendeu que as medidas para enfrentamento da pandemia devem se pautar no 'princípio de precaução' e disse que decidiu a favor da exigência do passaporte da vacina porque, em sua avaliação, seria inviável fiscalizar o cumprimento da proposta alternativa, de quarentena obrigatória para os viajantes não imunizados.

O tema ainda será submetido ao crivo dos ministros do STF em sessão extraordinária no plenário virtual antes do fim do recesso do Judiciário. O julgamento foi marcado para quarta-feira, 15.

Publicidade

Ao mesmo tempo que contesta pontos da liminar, o governo prepara uma portaria para dar cumprimento às ordens do STF. O Ministério da Casa Civil afirmou que a norma será 'adequada à decisão' do tribunal.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.