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Aeroportos e o 'novo normal'. O que acontece agora?

Por Rodrigo Costa
Atualização:
Rodrigo Costa. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A pandemia do novo Coronavírus gerou impactos negativos em todos os setores da economia global, no transporte aéreo comercial, o efeito foi considerável. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), desde abril de 2020, o número de operações de voo foi reduzido em 91.6%. As cidades atendidas pelas companhias aéreas brasileiras foram reduzidas de 106 para 46, enquanto o número de voos semanais caiu de 14.781 para 1.241.

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Os dados publicados pela Flightradar, serviço global de rastreamento de voos, destacam o impacto no Brasil. Dos 336 aviões registrados em 12 de fevereiro, apenas 33 estavam ativamente voando em abril.

Contudo, existem sinais de uma volta gradual e positiva no segmento. De acordo com Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a aviação comercial brasileira deve fechar o ano de 2020 com 65~70% da malha aérea doméstica que era operada antes da pandemia da Covid-19.

Outra pesquisa da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), de setembro de 2020, em 11 países, afirma que a recuperação pós-COVID no setor de transporte aéreo possui três elementos críticos: contenção da crise da saúde; afrouxamento das restrições de viagem e fechamento de fronteiras; e a restauração da confiança dos passageiros para viajar.

De acordo com os dados, houve uma queda na confiança de abril a setembro. Contudo, a maioria dos respondentes da pesquisa, 95% dos viajantes, espera voltar a embarcar novamente entre dois e seis meses. Sobre as preocupações dos passageiros, o material aponta dois fatores críticos. O primeiro é saber se o pessoal do aeroporto e da aeronave estão usando os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados e, segundo, que as instalações do aeroporto e da aeronave sejam regularmente limpas e higienizadas.

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A projeção do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo - segundo maior em números de passageiros na América Latina, perdendo apenas para o Aeroporto Internacional Benito Juárez, da Cidade do México (MEX) - e de um retorno gradual estimado em 6.6% ao mês.

Neste contexto de retorno, alguns exemplos mundiais de como a tecnologia pode minimizar os efeitos da pandemia nos aeroportos, principalmente atendendo à demanda de segurança e higiene dos passageiros no "novo normal" já estão em prática em países como Cingapura.

Em 2018, pelo sexto ano consecutivo, o Aeroporto de Changi, em Cingapura, foi classificado como o melhor terminal de embarque de passageiros do mundo, em pesquisa anual feita pelo eDreams. O Terminal 4 de Changi foi concluído em 2017, com o objetivo de redefinir a experiência de viajar. Com uma capacidade anual de 16 milhões de passageiros, era necessário um foco claro na conveniência de entrega de bagagem, liberações de alfândega e controle automático de embarque.

Embora a conveniência dos passageiros tenha sido vista como o foco principal, isso não pode ser feito à custa da segurança. A vigilância contínua contra ameaças terroristas e atividades criminosas era da maior importância. São Paulo, 8 de outubro de 2020.

O terminal 4 foi projetado para introduzir um processo de embarque totalmente automatizado. Levando em conta princípios fundamentais de conveniência e de segurança, com três pontos principais. A captura biométrica de passageiros para facilitar a entrega automática de bagagem, o processo de imigração e de embarque; Imigração e portões de embarque feitos de forma também automática e, por fim, a criação de uma plataforma de facilitação de processos de passageiros, ligando vários sistemas de aeroportos e de companhias aéreas.

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A verificação de passageiros nos portões de embarque utiliza a biometria facial já capturada na emigração. Várias inovações de escala global foram alcançadas no projeto do Aeroporto de Changi, incluindo a primeira implementação em todo o terminal de uma solução de embarque higiênica, segura e extremanete prática para os passageiros e para o aeroporto.

A aviação comercial manteve, em 2019, importante contribuição para o desenvolvimento do Brasil, ao gerar R$ 103,4 bilhões de valor adicionado à economia, o equivalente a 1,4% do PIB nacional, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR). A retomada de um segmento tão importante necessita de adequações para que passageiros e equipes dos aeroportos possam voltar aos padrões de geração de valor da cadeia do setor de aviação.

*Rodrigo Costa, diretor de Desenvolvimento de Negócios da IDEMIA na América Latina

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