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Advogado renuncia à defesa de Adir Assad, que muda estratégia por delação

Operador financeiro tenta fechar acordo com investigadores há meses e mudou defesa nesta quarta-feira

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Por Beatriz Bulla
Atualização:

Adir Assad. Foto: Reprodução

O advogado Miguel Pereira Neto, renunciou à defesa dos irmãos Adir e Samir Assad e do operador Marcelo Abbud. Em outras ocasiões, o advogado informou que não participaria de um eventual acordo de delação premiada, que vem sendo tentado pelo operador financeiro Adir Assad nos últimos meses no âmbito da Operação Lava Jato. A renúncia é vista nos bastidores como um sinal de avanço na negociação entre o operador e os investigadores.

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Pereira Neto e equipe anunciaram que deixariam o caso antes da audiência que ocorrereu na manhã desta quarta-feira no Rio de Janeiro. Adir Assad prestou depoimento ao juiz Marcelo Bretas, responsável pelos desdobramentos da Lava Jato no local. Na audiência no Rio, Adir mudou a estratégia de defesa e confessou pela primeira vez a prática de crimes como lavagem de dinheiro, numa postura considerada colaborativa com o juiz e Ministério Público.

A renúncia da equipe de advogados abarca todas as operações nas quais Adir é investigado e uma petição foi encaminhada com o comunicado ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba.

Procurado, o advogado não respondeu as ligações da reportagem do Estado para informar o motivo da renúncia. Quem assume a defesa dos operadores é o advogado Pedro Bueno de Andrade, que já participou de delação premiada negociada da Lava Jato e acompanhou Adir na audiência desta manhã.

O empresário é apontado como o maior emissor de notas frias, por meio de empresas de fachada, para lavar dinheiro de empreiteiras suspeitas de envolvimento no escândalo de corrupção na Petrobrás. Em março, o Estado revelou que Adir também propôs aos procuradores mapear o funcionamento do sistema financeiro paralelo das construtoras responsável por abastecer as contas de suas empresas.

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Adir Assad é investigado em várias frentes e desdobramentos da Lava Jato. Ele já foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 9 anos e 10 meses de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa. O operador foi preso preventivamente quatro vezes desde 2015 e atualmente está na carceragem da Polícia Federal de Curitiba.

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