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Acusado de abusar de menino com autismo e espalhar na deepweb é condenado a 90 anos

Pedro Henrique Barbosa foi denunciado pelo Ministério Público Federal em São Paulo por ataques a menores de 12 anos que registrava em vídeo e depois divulgava em fóruns de pornografia infantil

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Por Luiz Vassallo
Atualização:

Imagem ilustrativa. Foto: Pixabay

Pedro Henrique Barbosa, acusado de violentar menores e divulgar na deepweb, foi condenado a 90 anos, 6 meses e 20 dias de prisão e multa pela Justiça Federal em São Paulo. Segundo a denúncia, ele abusou de um menino e uma menina, menores de 12 anos, ele autista, ela com dificuldade de comunicação.

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As informações foram divulgadas pelo Ministério Público Federal em São Paulo.

Os casos foram julgados pela 8.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, pois Barbosa registrava em vídeo os abusos sexuais e depois os divulgava em fóruns de pornografia infantil da deepweb.

Pedro Henrique Barbosa, que assinava os vídeos que publicava na deepweb com o apelido de Pedocp, foi denunciado pelo Ministério Público Federal a partir do resultado da Operação Mestre Impuro, iniciada em julho de 2017 após a polícia australiana localizar nos fóruns Magic Kingdom (Reino Mágico) e Forbidden Fruit (Fruto Proibido) uma série de fotos e vídeos de abuso sexual assinada por Pedocp.

Segundo o Ministério Público Federal, 'as fotos e vídeos descobertas pelas autoridades australianas foram incluídas na base de dados internacional de exploração sexual infantil da Interpol'.

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"Em julho de 2018, a Polícia Federal do Brasil recebeu uma informação de que o abusador sexual e autor das imagens seria Pedro Henrique Barbosa. A pista recebida pelos policiais continha o perfil do acusado no Facebook".

Sinais particulares. "Os policiais brasileiros passaram a cruzar as imagens do perfil do Facebook com vídeos e fotos publicados por Pedocp e identificaram roupas usadas por ele e móveis de sua casa que apareciam nos vídeos e fotos, idênticos a outros postados em fotos de seu perfil na rede social. Uma tatuagem que ele tinha em seu pulso esquerdo e que ele tentava esconder nos vídeos usando blusas de manga comprida, bem como o comprimento de suas unhas (ele tocava violão) foram considerados compatíveis", afirma a Procuradoria da República.

A Procuradoria afirma que 'foi checado que Pedro Henrique Barbosa tinha contato com crianças em virtude de seu trabalho.

Ele dava aulas de música e capoeira a essas crianças'. "Diante dessas informações, a Justiça Federal em São Paulo determinou a busca e apreensão na casa de Pedro Henrique Barbosa".

"Lá foram localizados diversos materiais relativos à pornografia infantil em seu computador, como inúmeras fotos e vídeos, inclusive algumas que permitiam ver claramente o acusado abusando do menino, por exemplo", diz o MPF.

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O Ministério Público Federal denunciou o acusado pelos estupros contra as duas crianças e os crimes de produção (artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente), posse (artigo 241-B do ECA) e distribuição de pornografia infantil (artigo 241-A do mesmo estatuto). As penas, pediu o Ministério Público Federal, deveriam ser somadas.

Em sua sentença, a Justiça federal condenou o acusado Pedro Henrique Barbosa, apenas absolvendo-o pelo crime de posse de material relativo a pornografia infantil, pois entendeu que o crime de posse é absorvido pelo de distribuição, uma vez que o segundo só pode ser cometido se houver o primeiro.

O Ministério Público Federal vai recorrer da dessa parte da sentença ao Tribunal Regional Federal da 3.ª Região para requerer a condenação de Barbosa também pelo crime de posse de pornografia infantil, o que acarretará o aumento da pena.

COM A PALAVRA, A DEFESA

A reportagem busca contato com a defesa de Pedro Henrique Barbosa. O espaço está aberto para manifestação (luiz.vassallo@estadao.com)

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