Redação
08 de abril de 2021 | 10h12
Uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público de São Paulo chamou atenção por um detalhe sem qualquer relação com as acusações enviadas à Justiça. O arquivo, incluído no sistema digital interno da instituição, foi intitulado como ‘felação, cópula anal, masturbação’.
A ação acusa suposto ato de improbidade administrativa na contratação de serviços de infraestrutura pela Prefeitura de Bofete, no interior de São Paulo, para a montagem de um evento na cidade.
O detalhe inusitado, no entanto, não é percebido em uma análise desatenta. Isso porque o título de um arquivo não é necessariamente igual ao seu nome. No caso, a ação foi nomeada como ‘doc_135082386’. O título aparece apenas na aba de informações, que traz detalhes sobre o documento.
A ação é assinada pela promotora Ana Cândida Silveira Barbosa, responsável pela investigação. O autor do arquivo, também indicado na aba de dados, no entanto, é outro: Armando.
Em nota, o Ministério Público de São Paulo informou que acionou os canais técnicos internos para ‘averiguar quem e em que circunstâncias fez o uso indevido dessas expressões’.
Foto: Reprodução
COM A PALAVRA, O MINISTÉRIO PÚBLICO DE SÃO PAULO
A Promotoria informa que, conforme atesta certidão expedida pelo Tribunal de Justiça, nenhum arquivo relativo ao processo 1000102-21.21.8.26.0470 recebeu tal designação. Informa ainda que no e-SAJ, o sistema digital pelo qual os membros do Ministério Público oficiam junto ao TJ, verificou-se a existência de palavras chulas nos registros internos do sistema (meta-dados), o que levou a Promotoria a acionar, nesta quarta-feira (7/4), os canais técnicos do MPSP para averiguar quem e em que circunstâncias fez o uso indevido dessas expressões.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.