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Abre-e-fecha do varejo obriga inovação em processos logísticos

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Por Vinicius Pessin
Atualização:
Vinicius Pessin. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Desde março de 2020, a rotina operacional do varejo brasileiro é justamente a falta dela. O setor passou do choque inicial com a pandemia de covid-19, seguindo pelas restrições de isolamento social e suspensão de atividades não essenciais, à reabertura gradual no segundo semestre do ano passado até chegar à nova onda de infecções e mortes, com mais restrições de funcionamento neste início de 2021. Esse abre-fecha não compromete apenas as vendas e a rentabilidade do negócio. É preciso ter processos logísticos bem estruturados e, principalmente, integrados às soluções de tecnologia para dar conta da demanda e das transações efetuadas nos mais variados canais.

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A relação entre logística e tecnologia nunca foi tão profunda quanto agora - e certamente vai amadurecer mais nos próximos anos. Trata-se de um mercado muito novo no Brasil e recém-explorado pelas logtechs, termo que designa startups que combinam soluções tecnológicas na área de logística. Segundo o estudo Distrito Logtech Report 2020, há mais de 280 empresas desse tipo no cenário brasileiro e mais da metade delas tem menos de cinco anos de existência. A grande maioria, claro, surgiu para resolver a dor mais comum da área, isto é, as entregas - o mesmo levantamento mostra que mais de 80% do volume investido em logtechs está concentrado justamente nessa categoria.

Ou seja, é uma aproximação ainda recente e, nesse sentido, o avanço do novo coronavírus foi um catalisador importante. De uma hora para a outra, o varejo brasileiro precisou fechar as portas para atender às medidas de restrição e isolamento social estabelecidas por governos estaduais e municipais. A única alternativa viável era recorrer aos canais digitais, como e-commerce e aplicativos. Consequentemente, era preciso garantir processos logísticos que levassem esses produtos aos consumidores, de preferência no menor tempo possível (até no mesmo dia em alguns casos) e com um preço justo para o frete.

A questão é que não foram todos os varejistas que se prepararam para este momento digital. Alguns acreditavam que a pandemia não se estenderia por tanto tempo; outros simplesmente não tinham conhecimento e parceiros para isso - e a redução no número de casos no segundo semestre de 2020 fez com que esses negócios abaixassem a guarda e não investissem mais em soluções tecnológicas para suas entregas. Foi um erro de planejamento crucial. Empresas do setor que perceberam o caminho sem volta da transformação digital sabem que a logística é elemento altamente estratégico, uma vez que o consumidor está assimilando hábitos mais digitais de compra.

E assim chegamos à segunda onda da pandemia de covid-19, novamente com a suspensão das atividades. Quem se planejou e adotou soluções de tecnologia naquele momento inicial estava pronto para essa oscilação e, mais importante, estruturado para atender a todas as demandas, incluindo oferecer a melhor experiência a seus clientes com entregas rápidas e eficientes protagonizadas por logtechs. Já aqueles que recomeçaram suas operações logísticas ficaram para trás e dificilmente recuperarão as vendas perdidas neste período. Em um cenário de incertezas e dúvidas, como o que vivemos, automatizar processos por meio da tecnologia é essencial para superar as dificuldades.

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Lição aprendida: o mundo mudou, o comportamento do consumidor está mais digital e não há mais espaço para negócios que ignoram os canais digitais bem como, por tabela, o serviço de delivery de seus produtos. Seja para manter o distanciamento social ou por pura conveniência, a compra virtual virou uma realidade para a grande maioria da população. Cabe às empresas, agora, se prepararem para esses desafios, contando com soluções adequadas para atender às demandas e aos desejos de todos os consumidores.

*Vinicius Pessin é cofundador da Eu Entrego

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