Nesta quarta-feira, 30, o engenheiro Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa apontado como operador do PSDB, passou de prisioneiro por tempo indeterminado para um homem livre em apenas cerca de 12 horas. Ele foi detido pela Polícia Federal logo de manhã e, no meio da audiência de custódia na 5.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, de onde sairia encarcerado preventivamente, chegou a notícia - eram 19h46 -, de que o ministro Gilmar Mendes acolheu seu pedido de habeas corpus.
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ATA DE AUDIÊNCIAAlém de Vieira de Souza, o ministro também deu habeas para a filha dele, Tatiana Arana de Souza, e para o ex-chefe de departamento de Assentamento da Dersa, Geraldo Casas Vilela.
Todos são acusados de desvios de R$ 7,7 milhões da Dersa em reassentamentos do Rodoanel Trecho Sul. Vieira de Souza dirigiu a Dersa entre 2009 e 2011, nos governos José Serra e Geraldo Alckmin. Ele e Vilela já haviam sido presos no dia 6 de abril e soltos no último dia 11 pelo ministro Gilmar Mendes. Nas duas oportunidades, eles foram acusados de ameaçar testemunhas.
A audiência de custódia desta quarta-feira, 30, correu em sigilo e foi iniciada às 13h45 pela juíza Maria Isabel do Prado, da 5.ª Vara. Ela decretou a prisão do engenheiro e de Vilela nas duas ocasiões. A juíza já havia decretado as preventivas de Vieira de Souza e de Vilela e concedido domiciliar a Tatiana, por ser mãe de criança de menos de 12 anos, quando, às 19h17 e às 19h46, chegaram comunicados oficiais das decisões de Gilmar que mandou soltar os três.
Após a audiência, a procuradora da República Adriana Scordamaglia, da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo, afirmou ver com 'estranheza' o habeas corpus. Ela relatou que a reação dos réus à notícia sobre o habeas foi 'obviamente de felicidade'.