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A transformação digital e o futuro da educação

Por Jânyo Diniz
Atualização:
Jânyo Diniz. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O modelo educacional passa por uma transformação sem precedentes. Esse processo tem muito a ver com a mudança do perfil do aluno, cada vez mais conectado, e da transformação do mercado do trabalho. É bem verdade que o isolamento social, uma das contingências da pandemia, contribuiu. As pessoas de fato entenderam que é perfeitamente possível estudar a distância. Os próprios pais, que tinham uma rejeição ao formato e as circunstâncias, alteraram essa percepção. A evolução das plataformas também permitiu trabalhar e estudar sem perda de produtividade.

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Mesmo com as perspectivas de plena retomada das aulas presenciais, é legítimo acreditar que o modelo de ensino e de aprendizagem nunca mais serão os mesmos. A educação tende a assumir um modelo híbrido, combinando atividades digitais, de forma remota, com outras presenciais -- essenciais em práticas de laboratório, por exemplo. Alguns cursos, como Administração e Contabilidade, poderão ser totalmente digitais.

O aluno será o senhor do seu tempo, dedicando o número de horas que quiser, onde estiver, com a intensidade e profundidade que for capaz. O conteúdo estará disponível em qualquer plataforma (notebook, desktop, tablet, smartphone). Ele poderá, por exemplo, acompanhar um podcast em pleno transporte público ou assistir uma videoaula durante uma viagem. Essa flexibilidade também se estende à base curricular, permitindo que o aluno possa fazer uma trilha de conhecimento individualizada, com base em seus interesses e necessidades de especialização, de seu tipo de trabalho ou empresa.

Isso permite que um estudante de Medicina, por exemplo, possa ter aulas de marketing ou de produção de vídeos -- se isso fizer sentido para a sua carreira ou negócio. Ou que um estudante de Jornalismo possa fazer um curso adicional, de curta duração, para aperfeiçoar-se na cobertura de um assunto como natação. Com as plataformas digitais para a maior parte dos cursos não é mais necessário formar uma turma de 30 alunos para atender a essas demandas.

Com a evolução do mercado de trabalho, outro paradigma caiu: a de que a escolha de um curso de graduação, ao final do ensino médio, é definitiva. Isso talvez valesse para as gerações anteriores, que muitas vezes ingressavam em uma empresa e faziam carreiras longas, até mesmo de 20 a 30 anos. Hoje, os formandos querem multiplicidade de experiências. Desejam ter diversos empregos e vão passar por várias profissões. Anseiam por uma vida profissional mais diversa, que permita desenvolver todos os seus potenciais. Gostam de mudanças de rumo. E a educação é aliada nesse processo.

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O conceito de lifelong learning existe justamente por essa razão. Em um mundo que muda com tanta velocidade, é preciso somar novos conhecimentos a cada instante -- até mesmo reinventar-se, dando uma guinada na carreira.

Hoje, as instituições de ensino superior contam com opções de cursos mais curtos, que permitem uma formação em até 18 meses. É possível, até mesmo, fazer provas à distância com eficiência, qualidade, agilidade na correção e inteligência nos relatórios gerados.

Em nível global, as startups vêm liderando as inovações e a parceria com edtechs representa, para as instituições de ensino, um atalho para acelerar o processo de transformação digital, seja para melhorar o processo de escolha de uma carreira, seja para solucionar gaps de formação. O futuro está nesse casamento entre tecnologia e uma matriz curricular mais abrangente e flexível.

*Jânyo Diniz é CEO do grupo Ser Educacional

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