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A transformação digital e a adoção de novas tecnologias em tempos de crise

Um dos impactos mais evidentes da pandemia de Covid-19 tem sido a aceleração dos processos de transformação digital das empresas. A questão é que estes processos, entendidos como cruciais para a sobrevivência dos negócios, têm exigido uma série de adaptações das empresas em suas áreas de TI e de negócios.

Por Nayam Hanashiro
Atualização:

E não se trata apenas de garantir que grandes volumes de colaboradores possam trabalhar de casa. A transformação vai mais além e nos leva para um mundo em que os canais digitais se tornam o principal - e muitas vezes o único - canal de engajamento com o cliente e seus parceiros de negócio, transformando esse meio no principal fator de produtividade.

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Em relação aos prazos, por exemplo, muitas empresas que planejavam fazer sua jornada em até três anos foram forçadas a fazê-la em semanas. E isso ainda está ocorrendo. Em uma pesquisa realizada no Brasil pela ITTrends, 92% dos executivos ouvidos reconheceu que a pandemia acelerou o ritmo de transformação digital de suas empresas.

Esta aceleração representa um grande desafio para toda a indústria. Isso porque toda empresa sabe como implementar suas iniciativas digitais em ritmo normal, mas pouquíssimas têm encontrado a melhor forma de fazê-lo na escala e na velocidade exigidas por essa crise sem precedentes. Uma pesquisa recente realizada pela consultoria McKinsey mostra que movimentos ousados para adotar novas tecnologias rápido e em grande escala, combinados com uma forte alocação de recursos em iniciativas digitais, fusões e aquisições, têm a geração de valor como resultado direto.

Nayam Hanashiro. Foto: Acervo pessoal

É justamente nessa direção que a Covid-19 tem empurrado as empresas, obrigando todas elas a encontrar novas maneiras de trabalhar. Mas, nesse momento, quais seriam estas ações ousadas? E exatamente que projetos de transformação digital?

O mesmo estudo da McKinsey sugere que agir com ousadia vai além de executar projetos para digitalizar ou melhorar produtos já existentes, e sim criar novas ofertas digitais, repensando sua dinâmica com clientes e parceiros de negócio através da aplicação de processos de inovação e novas tecnologias, tal como Design Thinking e Inteligência Artificial. A pesquisa mostra que, nesse sentido, o mix de projetos de transformação digital tem reflexo no resultado das empresas (veja quadro).

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O ponto é que a crise trazida pela pandemia está colocando em movimento mudanças profundas em todo o ecossistema de negócios, desde novas maneiras de atender os clientes até como trabalhar com os fornecedores. Mesmo que os resultados variem de setor para setor, alguns temas comuns estão emergindo como necessários nesse caminho rumo ao "novo normal", principalmente quando se fala em estruturas de custo e novo modelos operacionais e de negócios. Entre eles, a transparência e flexibilidade da cadeia de suprimentos; a segurança de dados; a força de trabalho remota; e a automação.

A maioria dos temas listados acima tem potencial imediato de utilização de outras novas tecnologias como blockchain e internet das coisas (IoT). Isso demonstra outra característica importante nas iniciativas digitais: a integração entre essas tecnologias. Em muitos casos de negócio a necessidade de conectar o mundo físico com o mundo digital será um requisito para entregar uma experiência homogênea para os clientes, sem perder o foco na segurança de dados e escalabilidade.

Mas para isso é preciso experimentar e aprender. Assumir uma postura criativa, muitas vezes deixando de lado vícios das rotinas tradicionais dos negócios, é uma necessidade para que a experimentação leve a aceleração e padronização de projetos, criando soluções comuns que poderão ser utilizadas por grupos de empresas em diversos arranjos organizacionais (ex.: consórcios, associações etc.). E aqui, mais um ponto importante: a colaboração. Está claro que pessoas e organizações aprendem mais rápido quando trabalham em rede, buscando mutualizar os custos de criação de soluções que tragam eficiência para todo o ecossistema de negócios.

*Nayam Hanashiro é diretor de alianças estratégicas da R3

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