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A retomada da indústria do ABC

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Por Orlando Morando
Atualização:
Orlando Morando. FOTO: AMANDA PEROBELLI/ESTADÃO Foto: Estadão

O desemprego é a maior chaga social do Brasil. Segundo o IBGE, são 13,4 milhões de desempregados -o equivalente a 12,7% dos brasileiros em idade produtiva. Há ainda 4,8 milhões de desalentados (aqueles que desistiram de procurar trabalho) e 13,4 milhões de beneficiários do Bolsa Família. No tal, mais de 32,5 milhões de pessoas são vítimas da enorme crise econômica, resultado principalmente dos 15 anos de governo do PT.

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No ABC, o problema é ainda maior: 14,4% dos moradores das suas sete cidades não têm emprego. Talvez o fato de a região ser o berço do PT ajude a explicar o problema.

O emprego foi o centro de minha campanha à Prefeitura de São Bernardo do Campo em 2016. Eu me comprometi com os eleitores a recuperar o dinamismo da economia e voltar a gerar empregos.

Missão difícil. Cidade industrial, São Bernardo sofreu com os erros da política econômica dos governos Lula e Dilma e com os desvios e falhas da gestão municipal, também do Partido dos Trabalhadores. As prioridades foram invertidas. Um museu em homenagem a um ex-presidente hoje preso, que nem chegou a ser concluído, foi tratada como a obra mais importante da gestão.

Sempre soubemos do tamanho de nosso desafio e do esforço que todos precisariam fazer para inverter a roda da crise. A prefeitura deu o exemplo, abrindo mão de privilégios e auxílios, vendendo a frota de carros oficiais e governando com transparência. Mostramos os erros dos antecessores, mas não deixamos que o discurso da herança maldita imobilizasse a gestão.

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Com uma administração transparente, eficiente e de prioridades claras, São Bernardo retomou a confiança dos investidores. A prefeitura elevou a classificação de credibilidade financeira, junto à Caixa Econômica Federal, para o conceito B+, atingindo o melhor índice já obtido pelo município, o que facilita a obtenção de crédito e financiamentos em futuros projetos. Na gestão anterior, a classificação estava em "D-".

Assim, empresas voltaram a se instalar na cidade e a gerar empregos. O ponto alto veio na semana passada, com o anúncio de novos investimentos R$ 1,4 bilhão da Scania na planta da cidade. O valor será utilizado para modernizar a fábrica e produzir novos veículos, como o caminhão movido à gás natural e biogás, que são combustíveis sustentáveis e com custo mais baixo, gerando mais de 500 empregos diretos. A empresa aderiu ao programa IncentiAuto, que prevê descontos de ICMS para quem investe a partir de R$ 1 bilhão -uma iniciativa do governador João Doria que beneficiou nossa região.

A Scania não está sozinha. A Mercedes-Benz, desde 2018, contratou mais de 500 funcionários para a planta de São Bernardo.Transferiu produção de caminhões da unidade de Juiz de Fora (Minas Gerais) para a unidade da região em 2018. A Volkswagen anunciou a produção de dois novos modelos na unidade de São Bernardo: Virtus e Novo Polo.

A Grob ampliou sua planta industrial, da estrutura de 60 mil metros quadrados para 80 mil metros quadrados, aumentando postos de trabalho para a cidade. A Wheaton Brasil Vidros abriu 500 novos postos em São Bernardo, após aquisição da Verescense do Brasil.

Novas empresas também se instalaram na cidade desde o início da gestão, em 2017, como a Aliança Navegação e Logística (Hamburg Sud), a Novemp, a M. Shimizu e a DXC Technology.

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A prefeitura também criou o Emprega SBC, que conseguiu qualificar mais de 1200 pessoas para o mercado de trabalho com cursos profissionalizantes, e o Ceitec, que já encubou projetos de 33 startups.

Nunca achei que seria fácil, mas sempre soube que seria possível. Com gestão eficiente, transparência, parcerias e o trabalho dos seus cidadãos, São Bernardo está voltando a ser a terra das oportunidades.

*Orlando Morando, 44, empresário, é prefeito de São Bernardo do Campo (SP) pelo PSDB. Foi vereador e deputado estadual por quatro mandatos

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