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A resposta é Inovação Aberta: adequando-se às transformações do mundo

Por César Costa
Atualização:
César Costa. FOTO: SEMENTE NEGÓCIOS/DIV. Foto: Estadão

Durante muito tempo, a chave do sucesso de uma empresa estava no segredo que elas guardavam sobre a propriedade intelectual de determinado produto ou serviço. As empresas que mais investiam em inovações dentro de laboratórios fechados de P&D tendiam a ser mais bem sucedidas.O crescimento cada vez maior do empreendedorismo e a era digital mostraram para as corporações que a dinâmica da competitividade aumenta e que para se destacar é necessário, entre outras coisas, ser ágil.

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A maior competitividade e oferta de soluções no mercado passam a obrigar as empresas a entender profundamente as mudanças no comportamento do consumidor, a fim de lançarem produtos e serviços que de fato solucionem dores e desejos do seu mercado. Nesse mundo digital, o consumidor, além de ter maior poder através do acesso facilitado à informação, também muda suas preferências rapidamente, levando empresas a precisarem constantemente inovar.

No cenário em que estamos vivendo hoje, com o novo coronavírus e as incertezas subsequentes, tiramos a lição de que inovar é uma questão de sobrevivência. Ou seja, se antes a inovação era para quem buscava liderança em seu mercado, hoje também serve para quem quer continuar vivo.

Desde grandes até pequenos negócios têm migrado para o digital e se adaptado frente ao desafio do isolamento social. E o fator em comum em todas as estratégias que são usadas é a urgência. Ou seja, é necessário se transformar, e agora mais rápido do que nunca.

Mas, como lidar com prejuízos e ainda investir em inovação?

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A premissa básica da inovação é definida no "trabalhar em conjunto", complementando capacidades e expertises de diferentes organizações para acelerar a geração de resultados. Estamos falando de Inovação Aberta.

Mas o que é Inovação Aberta?

De acordo com Henry Chesbrough, em seu livro Open Innovation: The New Imperative for Creating And Profiting from Technology (Harvard Business School Press -- 2003), é um processo que usa entradas e saídas de conhecimento intencionais para acelerar a inovação interna e expandir os mercados através da inovação. Ela pode se categorizar em 3 grupos:

Inbound

Conhecido como "de fora para dentro". Nesse modelo, as empresas podem fazer um bom uso de inovações e das tecnologias já desenvolvidas fora da sua organização, para explorá-las nos seus processos internos de inovação.

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Este caso de inovação aberta é o mais explorado entre pequenas e médias empresas, já que possibilita que elas acessem tecnologias validadas por organizações maiores, melhorando sua competitividade e eficiência.

Outbound

Esse modelo é conhecido como "de dentro para fora" e consiste em processos pelos quais as empresas revelam informações sobre um produto ou serviço, licenciam a comercialização de uma solução ou vendem sua tecnologia para outras organizações.

Quando as ideias são cedidas de uma empresa para serem desenvolvidas por outra, temos um processo de inovação Outbound. Segundo Henry Chesbrough, esse modelo é o menos explorado, já que as empresas ainda são resistentes a ceder suas iniciativas.

Coupled

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Aqui, o que acontece é que quando as empresas se juntam para co-desenvolver uma solução, chamamos de Inovação Aberta Coupled. A principal característica do modelo é a união de empresas de áreas distintas, para compartilhamento de conhecimentos e expertise.

A inovação traz diversos benefícios para as corporações pois dá acesso a novos mercados onde a empresa tem participação limitada e os parceiros são mais ativos, além de dar novas oportunidades comerciais por meio de atividades de pesquisa e desenvolvimento não exploradas de forma interna. Mas, é preciso estar aberto a compartilhar, e crescer de forma conjunta, acelerando o crescimento da corporação de forma coletiva.

Nos últimos anos, os programas de conexão com startups ganharam muita força. Com o lançamento de desafios, grandes empresas convidam empreendedores a apresentarem suas soluções para resolver problemas da companhia. Por isso, vale a pena se abrir para um processo de inovação contínua nas empresas.

*César Costa, sócio e head de inovação corporativa da Semente Negócios

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