Fausto Macedo, Julia Affonso e Luiz Vassallo
18 de agosto de 2017 | 17h44
Jorge e Bruno Luz. Fotos: Reprodução
No pen drive encontrado na residência do almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear condenado na Lava Jato por corrupção, a Polícia Federal encontrou uma planilha de negócios na Petrobrás que seriam acompanhados pelo lobista Bruno Luz e seu pai Jorge Luz, dois dos maiores lobistas da estatal ligados aos negócios do PMDB sob suspeita.
Foi no mesmo pen drive que a Lava Jato identificou mensagens que apontaram para um esquema de propinas envolvendo o ex-líder dos Governos Lula e Dilma na Câmara, Cândido Vaccarezza (ex-PT/SP), preso nesta sexta-feira, 18, quando foram deflagradas as 43ª e 44ª fases das investigações.
“Foi apreendida na 16ª fase da Lava Jato, um pen-drive atribuído a Bruno Luz na posse de Othon Luiz Pinheiro da Silva. No referido dispositivo eletrônico foi identificada uma planilha com referência a diversos contratos da Petrobrás, com indicação de acertos e pagamentos de propina em contratos da estatal”, informa o pedido de prisão da Operação Sem Fronteira, 44ª fase.
Nessa planilha estão registros “de pagamentos mensais de propina, intermediados por Henry Hoyer, relativa a navios gregos, com indicação de envolvimento do ‘Cônsul’, que refere-se, sem sombra de dúvidas, a Konstantinos Kotronakis”.
O grego, cônsul honorário da Grécia no Brasil e o operador de propinas Henry Hoyer foram alvos da operação. Seus nomes foram delatados pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que confirmou receber propina dos armadores gregos, em troca de contratos na estatal.
A planilha encontrada no pen drive atribuído a Bruno Luz traz 44 negócios que, em tese, eram acompanhados. Ele e o pai estão presos desde 2016 pela Lava Jato.
Entre as empresas que constam na lista, além da Sargeant Marine, alvo da operação de hoje, estão a Tupinambá, a Acergy, a Progen, a Schahin, a Ocean Rig,a Seadrill, entre outras
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