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'A pena revela ódio implícito', diz Paulo Pimenta sobre prisão de Dirceu

Líder da bancada do PT na Câmara, deputado federal afirma que pena de 30 anos e onze meses de reclusão imposta a ex-ministro na Lava Jato não é aplicada nem em casos de assassinato no Brasil

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Por Isadora Duarte (Broadcast)
Atualização:

Paulo Pimenta (PT-RS) Foto: Agência Câmara

O líder da bancada do PT na Câmara Paulo Pimenta disse que 'é ilegal' a ordem de prisão expedida contra o ex-ministro José Dirceu - condenado a 30 anos e onze meses de reclusão na Operação Lava Jato, o ex-ministro do governo Lula teve rejeitado pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) seu recurso decisivo, nesta quinta-feira, 17.

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"A prisão é ilegal porque está em desacordo com a Constitutição em prender qualquer brasileiro sem que o processo seja concluído", protesta Paulo Pimenta. "Ainda há recursos no TRF-4."

A juíza Gabriela Hardt, substituta do juiz Sérgio Moro, decretou a prisão de Zé Dirceu e deu a ele até 17 h desta sexta-feira, 18, para se entregar na Polícia Federal em Brasília, onde reside.

"A pena revela a carga ideológica e o preconceito que se expressa pelo tempo que Zé Dirceu foi condenado, mais de 30 anos, que não é utilizado no Brasil sequer para condenar alguém que cometeu assassinato", afirma o líder do PT na Câmara.

"A pena revela um ódio implícito, revela preconceito e se utiliza de uma sentença judicial para fazer uma luta ideológica na sociedade."

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O parlamentar disse esperar que a ministra Carmén Lúcia, presidente do Supremo, coloque em pauta Ação Declaratória de Constitucionalidade 'para que se restabeleça o processo democrático no Brasil e para que Dirceu possa recorrer em liberdade'.

Paulo Pimenta disse, ainda, que a pena imposta ao ex-ministro da Casa Civil 'revela a seletividade da Lava Jato'.

"Temos uma figura como (Geraldo) Alckmin em situação semelhante e o processo foi enviado para a Justiça Eleitoral. O (José) Serra tem contas na Suíça, no exterior e nunca aconteceu nada com ele. O Aécio Neves está livre, leve e solto. Isso mostra que a Justiça no Brasil tem dois pesos e duas medidas e que a Lava Jato é um instrumento político para isso."

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