Fábio Serapião, Breno Pires, Vitor Tavares
12 de abril de 2017 | 15h04
Henrique Eduardo Alves. Foto: Dida Sampaio/Estadão
Ex-ministro do Turismo nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer, Henrique Eduardo Alves (PMDB) teria recebido R$ 2 milhões em propinas da Odebrecht em 2014, na campanha para o governo do Rio Grande do Norte. Segundo delatores da Odebrecht, os pagamentos foram solicitados pelo então deputado Eduardo Cunha (PMDB), ex-presidente da Câmara preso em Curitiba na Operação Lava Jato.
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De acordo com as delações dos executivos Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Alexandre José Lopes Barradas, os pagamentos funcionariam como ‘contrapartida’ a interesses do grupo empresarial no Rio Grande do Norte, na área de saneamento básico, espaço em que o grupo almejava atuar como concessionária.
Como Henrique Eduardo Alves não tem mais prerrogativa de foro, o conteúdo da delação será enviado à Procuradoria da República no Rio Grande do Norte.
O ex-minitro já é réu em uma ação que investiga irregularidades na Caixa. Ele é acusado de cobrar propina de empresas para liberar investimentos do FGTS. Também foi citado na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que denunciou R$ 1,55 milhão em ‘doações eleitorais’ a Henrique Alves, dinheiro oriundo de propina na Lava Jato. Em meio às denúncias envolvendo seu nome, o político potiguar pediu demissão do governo Temer.
Em 2014, Henrique Alves perdeu a eleição do Rio Grande do Norte no segundo turno para Robinson Faria (PSD), também alvo de inquérito.
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