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A importância do Dia Internacional da Mulher para a luta por respeito no mercado de trabalho

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Por Christiana Fontenelle
Atualização:
Christiana Fontenelle. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Este mês, mais precisamente no dia 8, próxima segunda-feira, se comemora o Dia Internacional da Mulher, assim oficializado pela ONU no ano de 1975 para lembrar as conquistas políticas e sociais dessa importante fatia da sociedade.

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Data emblemática que marca séculos de luta, inicialmente silenciosa e a cada dia com maior voz, para que esta classe possa efetiva e definitivamente marcar o seu espaço de fato e de direito na sociedade.

O assunto comporta profunda discussão e tem diversos vieses, mas é importante ressaltar que os registros históricos destacam uma origem operária para o marco do Dia Internacional da Mulher, o que é muito significativo.

Apesar das controvérsias e diferentes versões, há dois importantes momentos históricos que teriam dado corpo a luta feminina operária e contribuído para a oficialização da data pela ONU.

O primeiro episódio e, talvez, o mais conhecido no Brasil monta de 1911, ano em que as trabalhadoras de uma tecelagem de Nova York (Triangle Shirtwais Company) deflagraram uma greve para reivindicar melhores e mais seguras condições de trabalho, em decorrência de um incêndio que acabou por ceifar a vida de mais de uma centena de operárias.

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Ainda no mesmo século, a Revolução Russa de 1917 deu força e visibilidade para a luta feminina, pois foi um momento marcado por diversas manifestações em que, além de reivindicarem por melhores condições de vida e se contraporem ao governo absolutista vigente, as operárias da época buscavam abertamente condições de trabalho dignas e seguras.

O que se nota, portanto, é que em ambos os movimentos o objetivo era alertar a sociedade para as condições de trabalho precárias a que esta classe estava sujeita e iniciar um processo de conscientização acerca da voz feminina e da sua necessária liberdade de expressão social e garantia de direitos.

Os movimentos continuaram ao longo dos séculos e, ainda hoje, a voz da trabalhadora feminina tem que ser alta e clara para que a sua luta por igualdade de direitos ecoe no mercado de trabalho e lhe proporcione segurança, oportunidades, espaço de crescimento e visibilidade.

No cenário atual, decorrente da pandemia desencadeada pela COVID-19, a discussão parece ter aflorado, pois é indiscutível que o mercado de trabalho feminino sofreu forte baque, seja para as que perderam seus postos de trabalho, seja para as que o companheiro deixou de trabalhar ou, ainda, para as trabalhadoras que, em home office, passam pelo grande desafio de coordenar as tarefas domésticas e os cuidados com os filhos, com a carreira.

Apesar de os tons aparentemente serem outros, os problemas persistem e a batalha pela igualdade de gênero no mercado de trabalho deve ser contínua, assim como a garantia da segurança e saúde no trabalho para a mulher.

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Ainda que tenha havido importantes e inegáveis ganhos até aqui, a batalha continua, pois os pleitos femininos são urgentes para garantia de um ambiente de trabalho justo, equânime e seguro para todos os trabalhadores, independente do gênero.

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Portanto, as empresas devem ficar vigilantes, pois a pauta é importante e é incrementada pelas discussões trazidas pelo pilar "S" (Social) da agenda ESG, na busca por agregar valores sustentáveis às empresas que proporcionam um ambiente de trabalho seguro, saudável, integrado e que conte com colaboradores e parceiros plurais e capacitados.

O Dia Internacional da Mulher não é apenas uma data comercial, pois foi em muito pautado pela luta feminina por melhores e mais seguras condições de trabalho, além de igualdade de tratamento e oportunidades e sob este prisma deve também ser comemorado.

É uma data para celebrar, sem dúvidas, mas também cabe reflexão sobre o caminho percorrido até aqui pela profissional mulher na sociedade e no mercado de trabalho e sobre qual o roteiro que deve ser abraçado nos dias que estão por vir. As conquistas havidas devem ser consolidadas e novos e importantes espaços de destaque merecem ser ocupados pela mulher no mercado, com segurança e respeito pelo seu trabalho.

*Christiana Fontenelle, sócia do Bichara Advogados

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