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A geração de crianças tecnológicas e sedentárias

Por Cristiano Parente
Atualização:
Cristiano Parente. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Há alguns anos, a diversão de jovens e crianças era diretamente ligada ao movimento, seja com brincadeiras de corrida de bicicletas, seja com o disputado jogo de taco e outros tantos que eram realizados em turma, nas ruas até então seguras das grandes cidades. Hoje, porém, com o crescimento acentuado da violência urbana e o desenvolvimento cada vez mais espantoso da tecnologia, a geração atual de jovens abdicou de atividades tão saudáveis do passado para se entregar ao sedentarismo trazido pelos jogos eletrônicos e interações com o mundo virtual.

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O resultado dessa substituição já pode ser observado nos números. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade já atinge 124 milhões de crianças e jovens entre 5 e 19 anos no mundo. Nessa faixa etária, o Brasil registra índice acima da média mundial, com 9,4% das meninas e 12,7% dos meninos acima do peso.

Trata-se de uma transformação perigosa, já que o sedentarismo traz como consequência uma série de males e doenças para as crianças, desde o aumento da ansiedade, passando por maiores chances de desenvolver diabetes, até chegar a graves doenças cardiovasculares.

Todo esse cenário tem certa e lógica sequência, onde o Estado claramente é dono de grande parcela de responsabilidade. A máquina pública é mal gerenciada, sobrecarrega o Estado de funcionários, aumentando a folha de pagamentos absurdamente, sem deixar de citar desvios e escândalos que constantemente são destacados nos noticiários.

A bola de neve que começa na falha de gestão, então, cresce para outras áreas, como as da previdência, saúde, segurança e educação, até criar o ciclo vicioso em que a suposta falta de dinheiro provoca o aumento de impostos e oneração de empresas privadas responsáveis pela geração de capital. A economia emperra, o desemprego só cresce, também elevando a violência.

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Esse ciclo termina com pais, que já não aprenderam corretamente na escola sobre a necessidade e importância do movimento para uma vida saudável e, principalmente, com a forma atual com que é dada a educação física escolar e seu modelo excludente e medíocre de apenas propor jogos com bola, sem fundamentalmente transmitir conhecimento sobre atividade física, trancando suas crianças em casa, de forma a protege-las da violência de fora, mas também minando suas alternativas de colocar o corpo em movimento.

O resultado de tudo isso não poderia ser diferente de um índice de obesidade infantil acima da média mundial. É triste ver no país que tem as melhores condições naturais do mundo, uma péssima gestão de recursos públicos. Todos são afetados por essa administração. Inclusive nossas crianças, trancadas em casa, muito ligadas às maravilhas da tecnologia, porém, mais sedentárias e com maior risco das consequências provocadas por uma vida com menos movimento. O alento é que nos aproximamos de uma nova fase de escolhas. Em outubro, temos eleições e com voto certo, podemos fazer esse ciclo vicioso novamente se transformar em ciclo virtuoso, de prosperidade e muita saúde.

*Cristiano Parente é professor e coach de educação física, eleito em 2014 o melhor personal trainer do mundo em concurso internacional promovido pela Life Fitness. É CEO da Koatch Academia, do World Top Trainers Certification, primeira certificação mundial para a atividade de educador físico

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