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A força do coletivo em tempos de pandemia

Por Ricardo Dias
Atualização:
Ricardo Dias. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Vivemos um período de grande instabilidade mundial em relação à chegada de um vírus que mudou significativamente a rotina de vida e de trabalho de toda a sociedade.

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Não é a primeira vez que o mundo moderno enfrenta uma pandemia, mas certamente esta já é considerada histórica. A presença e proliferação do vírus Covid-19 promoveu novos olhares para questões que não eram enxergadas como prioridade e também despertou novas formas de comportamento como o pensamento coletivo.

É fato que a preocupação com a saúde da população tem de estar em primeiro lugar e a economia também não pode ser deixada de lado, principalmente em momentos como estes em que a união precisa ser praticada de forma estratégica e ágil para beneficiar todas as partes.

Em se tratando da economia como um todo e na forma de mitigar os prejuízos que já são sentidos no bolso de cada indivíduo, seja ele empresário, um prestador de serviços, trabalhador formal ou informal, é exatamente neste contexto em que vem à tona a importância da atuação de associações representativas que façam a conexão entre diferentes públicos.

Esta atuação ocorre em diferentes áreas como o setor de festas sociais, eventos corporativos, comercial, consumidor e entre outros. O papel a ser exercido pelas associações é amplo, mas entre os principais objetivos destacam-se o fortalecimento de todos os integrantes de uma categoria visando à força do coletivo, a busca por melhor qualidade de serviços prestados e a realização de parcerias entre entidades públicas ou privadas, com o foco em conquistar maiores e melhores condições para o segmento econômico ao qual representa.

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No Brasil, a retomada da economia está ocorrendo gradativamente para alguns segmentos como comércios de rua, shopping centers, academias e salões de beleza. Porém, há, ainda, outros setores como festas e eventos que estão em alinhamento com os órgãos governamentais para que a retomada das atividades seja antecipada e que ocorra de forma segura e consciente, seguindo os protocolos para assegurar a saúde de cada profissional e garantir também a sobrevivência de cada empresa impactada em seus negócios.

Este setor foi um dos mais prejudicados durante a manifestação desta crise, com queda de mais de 90% nos serviços e perda de faturamento aos profissionais que logo tiveram suas atividades paralisadas no início da pandemia gerando impactos negativos em toda a cadeia.

É triste ver o atual cenário em que o setor de eventos se encontra. Antes da pandemia, movimentava anualmente R$ 250 bilhões no país e R$ 17 bilhões em gastos com festas e cerimônias como um todo e, ainda, gerava oportunidades de trabalho para 6 milhões de trabalhadores diretos e indiretos.

Agora, 93% dos eventos sociais e corporativos foram adiados e 7% cancelados, ou seja, perda no fluxo de caixa e demissões de colaboradores. Segundo uma pesquisa feita pelo Sebrae em abril deste ano, revelou que a pandemia do coronavírus afetou 98% do setor de eventos. Em comparação ao mês de abril do ano passado, 62,5% dos entrevistados acreditam que tiveram redução de 76% a 100% do faturamento em abril deste ano.

Para amenizar as perdas provocadas pela crise, empresários adotaram diversas alternativas como negociar prazos, ou seja, 34% devolveram o dinheiro para o contratante, mas 35% destes entrevistados alegaram que conseguiram negociar crédito para utilizar futuramente.

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Para conquistar mais visibilidade perante o governo, outra estratégia adotada pelo setor foi a "Passeata com Cases", um movimento que reuniu mais de 1.500 profissionais da área técnica de eventos.

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Portanto, principalmente em tempos de crises, é de extrema relevância a atuação de lideranças engajadas e totalmente à frente de questões relacionadas ao seu universo para promoverem articulações assertivas a fim de conquistarem benefícios e levarem a voz de todo um coletivo a ser ouvida pelos órgãos governamentais.

Este é o momento para todos se unirem, pois há muito a ser feito, há leis vigentes que não atendem mais a realidade e necessidades do setor e todos precisam de trabalho para sobreviver e a economia voltar a girar de forma positiva.

*Ricardo Dias, presidente da Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta)

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